Cruz Vermelha alerta para risco de propagação de vírus em laboratório na RDCongo

O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) alertou hoje para o risco de propagação de vírus, incluindo o Ébola, a partir de um laboratório em Goma, devido aos violentos combates nesta cidade da República Democrática do Congo (RDCongo).

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Lusa
28/01/2025 11:50 ‧ há 3 dias por Lusa

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O CICV "está muito preocupado com a situação do laboratório do Instituto Nacional de Investigação Biomédica, que corre o risco de sofrer um corte de energia", declarou o diretor regional do CICV, Patrick Youssef, numa conferência de imprensa em Genebra.

 

A organização com sede em Genebra está a apelar à "preservação de amostras que possam ser afetadas pelos confrontos", disse.

Youssef sublinhou que esta situação "pode ter consequências inimagináveis se as estirpes bacteriológicas, incluindo o vírus Ébola" que o laboratório "alberga, se propagarem".

Acrescentou que o laboratório estava "muito próximo" da delegação do CICV em Goma e que não tinha informações sobre a situação noutros laboratórios.

Goma é palco de combates entre as forças armadas congolesas e os combatentes do M23 aliados às tropas do Ruanda.

O M23 e os soldados ruandeses entraram no domingo à noite na cidade de mais de um milhão de habitantes - e com quase o mesmo número de deslocados - no final de um avanço relâmpago de várias semanas lançado após o fracasso, em meados de dezembro, da mediação de Angola entre a RDCongo e o Ruanda.

O CICV está alarmado com o impacto devastador sobre os civis dos atuais confrontos armados na cidade de Goma e arredores.

Num comunicado de imprensa, a organização lamenta "o afluxo em massa de pessoas feridas por balas e munições explosivas".

O CICV tratou mais de 600 feridos desde o início de janeiro, quase metade dos quais são civis.

Apesar dos combates intensos e dos bombardeamentos contínuos, as equipas cirúrgicas do CICV continuam a conseguir tratar as vítimas, que continuam a chegar às dezenas.

"Os feridos são transportados de mota, outros de autocarro, ou com a ajuda de voluntários da Cruz Vermelha congolesa. Alguns civis estão a chegar com ferimentos graves de bala ou de estilhaços. Todo o hospital está mobilizado e as três equipas cirúrgicas trabalham sem parar para tratar os pacientes que, por vezes, estão deitados no chão por falta de espaço", explicou Myriam Favier, chefe da subdelegação do CICV em Goma, no comunicado de imprensa.

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