"Não tenho razões para acreditar que exista uma ameaça militar contra a Gronelândia ou a Dinamarca", disse a chefe do executivo dinamarquês aos meios de comunicação dinamarqueses, à margem de uma reunião com o secretário-geral da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), Mark Rutte, em Bruxelas.
O encontro com o secretário-geral da NATO encerra a viagem da primeira-ministra dinamarquesa pela Europa, que a levou a três capitais diferentes, entre as quais Bruxelas, Berlim - onde se reuniu com o chanceler alemão Olaf Scholz - e Paris - onde se avistou com o Presidente francês, Emmanuel Macron.
"Devemos respeitar absolutamente o território e a soberania dos Estados. É um elemento essencial da comunidade internacional, desta comunidade internacional que construímos juntos desde a Segunda Guerra Mundial", acrescentou Frederiksen em Bruxelas.
Em Paris, a primeira-ministra da Dinamarca disse ter recebido "um apoio muito forte" dos seus homólogos europeus, perante as ambições de Trump sobre a Gronelândia.
"A mensagem é muito, muito clara. Devemos respeitar absolutamente o território e a soberania dos Estados, é um elemento essencial da comunidade internacional, desta comunidade internacional que construímos juntos desde a Segunda Guerra Mundial", afirmou Frederiksen em Paris, após o encontro com o Presidente francês.
Já antes, em Berlim, a chefe do Governo dinamarquês recebeu o apoio do chanceler alemão, Olaf Scholz, que disse que "as fronteiras não devem ser movidas à força", acrescentando em inglês "a quem possa interessar".
A preocupação na Dinamarca tem vindo a crescer após os repetidos comentários de Donald Trump sobre a ambição de controlar a Gronelândia, com o Presidente norte-americano, que não excluiu o recurso à força militar ou a sanções económicas, a garantir que os EUA acabarão por conseguir adquirir o território autónomo dinamarquês.
O ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Lokke Rasmussen, reiterou hoje ao Presidente norte-americano, Donald Trump, que o seu Governo não permitirá a cedência da Gronelândia.
"Trump não terá a Gronelândia. A Gronelândia é a Gronelândia, e o povo groenlandês é um povo no sentido do direito internacional, protegido pelo direito internacional", disse Lokke Rasmussen, em declarações aos jornalistas.
Esta ilha ártica com dois milhões de quilómetros quadrados (80% dos quais cobertos de gelo), onde os Estados Unidos mantêm uma base militar ao abrigo de um amplo acordo de defesa assinado em 1951 entre Copenhaga e Washington, conta com uma população de apenas 56 mil habitantes.
Além da sua localização estratégica, a Gronelândia, que procura a independência da Dinamarca, possui vastas reservas minerais e petrolíferas inexploradas.
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