Voos de deportação de colombianos nos Estados Unidos retomados hoje

Os voos de deportação entre os Estados Unidos e a Colômbia foram hoje retomados após a crise diplomática do passado fim de semana, que forneceu pistas sobre a forma como a administração norte-americana vai lidar com a migração ilegal.

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© MARTIN BERNETTI/AFP via Getty Images

Lusa
28/01/2025 20:37 ‧ ontem por Lusa

Mundo

EUA

Segundo a agência Associated Press (AP), imigrantes colombianos que regressaram a casa hoje, em voos militares do seu país, descreveram ter sido algemados durante transportes anteriores dos Estados Unidos, que foram travados pelo líder do seu país, numa disputa com o novo Presidente norte-americano, Donald Trump, e que esteve prestes a provocar uma guerra comercial.

 

O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, recusou-se inicialmente a aceitar dois aviões militares norte-americanos com migrantes, o que levou Trump a ameaçar com tarifas de 25% sobre as exportações colombianas e outras sanções.

A Colômbia acabou por ceder, mas indicou que aceitaria os migrantes em voos militares do seu país, que, segundo Petro, garantiriam a sua dignidade.

Dois aviões da força aérea colombiana aterraram hoje em Bogotá com mais de 200 migrantes, muitos deles mulheres e crianças. Petro recebeu-os com uma publicação na rede X a dizer que agora estão "livres" e "num país que os ama".

"Os migrantes não são criminosos. São seres humanos que querem trabalhar e progredir na vida", escreveu o líder colombiano.

Ao mesmo tempo, a Colômbia espera que os Estados Unidos retomem a emissão de vistos esta semana no seu consulado em Bogotá, que está suspensa desde segunda-feira.

A informação foi hoje divulgada pelo Governo colombiano, depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luis Gilberto Murillo, e o embaixador nos Estados Unidos, Daniel García-Peña, se terem reunido em Washington com o chefe do Departamento de Estado para a América Latina, Maurício Claver-Carone.

"No âmbito da implementação dos acordos [a que ambos os governos chegaram no domingo para resolver a crise diplomática], está prevista para esta semana a normalização dos serviços no consulado dos Estados Unidos em Bogotá", informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Colômbia em comunicado.

O Governo colombiano acrescentou que foi estabelecido um roteiro para fortalecer a agenda de trabalho conjunta e que "este esforço reafirma o compromisso de ambos os governos em avançar construtivamente em áreas de interesse para ambas as nações".

No âmbito da política repressiva que Trump prometeu ao chegar para um novo mandato na Casa Branca, o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) dos Estados Unidos vai concentrar as suas operações em três cidades por semana, com um objetivo de pelo menos 1.200 imigrantes detidos por dia, informou a NBC News.

Os agentes da imigração têm intensificado o ritmo das rusgas desde que Donald Trump tomou posse no dia 20 de janeiro, com ameaças de deportações em massa.

Esta semana começou com rusgas em Chicago no domingo e continuou na terça-feira de manhã em Nova Iorque, numa operação liderada no local pela nova secretária de Segurança Interna, Kristi Noem.

Segundo fontes citadas pela cadeia norte-americana, a terceira cidade da semana será Aurora, um subúrbio predominantemente hispânico em Denver, no Colorado.

O plano é concentrar as operações noutras três cidades na próxima semana.

Além disso, fontes citadas pela NBC News e pelo The Washington Post indicaram que a administração Trump estabeleceu uma meta de 1.200 a 1.500 imigrantes detidos por dia por agentes do ICE nos seus 25 escritórios espalhados pelo país.

Na segunda-feira, o ICE deteve 1.179 pessoas, o número mais elevado desde o regresso de Trump.

Destes, apenas 613 (52%) são considerados "prisões criminais" de imigrantes com antecedentes criminais nos Estados Unidos ou processos pendentes noutros países.

Leia Também: Guiné-Bissau condena política de deportação dos Estados Unidos da América

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