A aeronave descolou do Centro de Testes Aeroespaciais de Mojave, na Califórnia, e voou durante cerca de 34 minutos.
Ao atingir os 34.000 pés, o XB-1 ultrapassou Mach 1, a barreira do som, e o veículo atingiu uma velocidade máxima de Mach 1,12 durante a viagem.
"Hoje é o dia por que esperava há mais de uma década. Deixa-me muito orgulhoso desta equipa e deste país. A América [EUA] é o único lugar onde um grupo relativamente pequeno de pessoas decide fazer algo e simplesmente faz", sublinhou o CEO da Boom, Blake School, após ter concluído com sucesso o voo de teste.
"É tempo de pegar neste pequeno avião feito com tecnologia de jato de passageiros e escalá-lo, é tempo de trazer de volta o voo supersónico para todos nós de forma generalizada. E não vamos parar até que todos possam beneficiar dele, para tornar o mundo num lugar mais pequeno, para aproximar a humanidade", acrescentou.
O XB-1 tem 19 metros de comprimento e está equipado com três motores, cujas entradas de ar "reduzem a velocidade do ar supersónico para velocidades subsónicas, convertendo eficientemente a energia cinética em energia de pressão", explica a empresa no seu 'site'.
É a primeira vez que a startup consegue este feito na sua procura para desenvolver a aeronave de transporte supersónico Boom Overture.
Apoiada por fundos como 8VC, RRE, Lightbank, Y Combinator e Caffeinated Capital, e investidores como Sam Altman, Paul Graham e Greg McAdoo, espera-se que a aeronave tenha capacidade para 55 passageiros.
Comparado com a velocidade de cruzeiro de 0,85 vezes a velocidade do som (Mach) dos aviões comerciais atuais e 2 Mach do Concorde, o Boom promete atingir 2,2 Mach (2.335 quilómetros por hora).
Esta velocidade permitiria, por exemplo, que a distância entre Nova Iorque e Londres fosse percorrida em 3 horas e 15 minutos, ou seja, menos 3 horas e 45 minutos do que um voo numa aeronave convencional atualmente.
Quanto ao custo dos bilhetes, os promotores do projeto preveem que possa rondar os 2.500 dólares [cerca de 2.400 euros, à taxa de câmbio atual] para esta viagem.
O Boom apresenta-se como uma versão atualizada do Concorde, um ícone da aviação comercial supersónica que esteve ao serviço de 1976 a 2003, acabando por encerrar as suas atividades devido à baixa rentabilidade e pelo acidente de julho de 2000, em que morreram mais de uma centena de pessoas.
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