"O facto de os residentes de Gaza estarem a regressar a casa antes de todos [os israelitas que vivem] na zona de fronteira com Gaza é uma prova devastadora de que este Governo é incapaz de governar o país", declarou Lapid na rede social X.
O exército israelita disse que dezenas de milhares de pessoas regressaram a Gaza desde que as tropas se retiraram do corredor de Netzarim na segunda-feira, muito abaixo dos 300 mil palestinianos estimados pelo grupo islamita Hamas.
Lapid defendeu ainda que, com o regresso dos palestinianos ao norte do enclave, "a guerra acabou" e é necessário iniciar negociações com os vários intervenientes regionais, incluindo a Autoridade Palestiniana (AP), para travar a influência do Hamas na Faixa de Gaza.
"Se Israel não empreender um processo diplomático significativo, o Hamas simplesmente regressará ao governo de Gaza e perderemos uma oportunidade histórica", disse Lapid numa conferência em Telavive, segundo o jornal The Times of Israel.
No entanto, o opositor considerou que com o atual Governo "isso não irá acontecer", pois as autoridades israelitas negam a possibilidade de a Autoridade Palestiniana desempenhar qualquer papel em Gaza.
Sem a presença da AP, disse Lapid, atores regionais como o Egito, a Arábia Saudita e a Jordânia não vão participar nas negociações.
Para além dos 47.350 mortos na ofensiva lançada por Israel na Faixa de Gaza, após os ataques ao território israelita em 07 de setembro de 2023, centenas de milhares de palestinianos foram forçadas a abandonarem as suas casas e a viverem em campos improvisados, que também foram alvos de bombardeamentos.
As Nações Unidas informaram que quase dois terços de todos os edifícios em Gaza foram destruídos ou severamente danificados após bombardeamentos e operações do exército israelita na Faixa de Gaza.
Cerca de 90% dos 2,1 milhões de residentes do enclave foram forçados a deslocarem-se durante as ofensivas de Israel no enclave palestiniano.
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