Os advogados de Trump apresentaram um aviso de recurso, pedindo ao tribunal de recurso de nível médio do estado de Nova Iorque que anulasse a sua condenação, de maio passado, por 34 acusações de falsificação de registos comerciais.
O caso -- que envolve um alegado esquema para esconder um pagamento de dinheiro para silenciar a atriz porno Stormy Daniels, durante a campanha presidencial de Trump em 2016 - foi o único dos seus casos criminais a chegar a julgamento.
O gabinete do Ministério Público de Manhattan, que lidera o caso, terá agora a possibilidade de responder aos argumentos apresentados.
Trump contratou uma nova equipa jurídica, da empresa Sullivan & Cromwell LLP para tratar do recurso, liderada pelo copresidente da empresa, Robert J. Giuffra Jr..
"O recurso do Presidente Donald J. Trump é importante para o Estado de Direito, a reputação de Nova Iorque como um centro empresarial, financeiro e jurídico global, bem como para a presidência e todos os funcionários públicos", argumentou Giuffra, numa declaração fornecida por um porta-voz de Trump.
"O uso indevido da lei criminal pelo procurador de Manhattan para atingir o Presidente Trump cria um precedente perigoso, e esperamos que o caso seja rejeitado em recurso", conclui o advogado.
Em 10 de janeiro, Trump foi sentenciado a uma dispensa incondicional, o que permite manter a sua condenação em cadastro, mas poupa-o à prisão, liberdade condicional, multa ou outra punição.
O juiz de primeira instância, Juan M. Merchan, tinha rejeitado os pedidos de Trump para anular a condenação com base na imunidade presidencial e tendo em vista o seu regresso à Casa Branca.
Aparecendo por vídeo na leitura da sua sentença, Trump classificou o caso como um processo de "caça às bruxas" e "um embaraço para Nova Iorque".
Os procuradores alegaram que Trump rotulou erradamente os pagamentos ao seu então advogado Michael Cohen como honorários de advogado para esconder o que realmente eram: um reembolso que Cohen pagou a Stormy Daniels para manter em segredo um alegado caso extramatrimonial na reta final da corrida presidencial de Trump em 2016.
Trump negou qualquer irregularidade, alegando que os pagamentos a Cohen foram corretamente categorizados como despesas legais.
Os advogados de Trump argumentaram ainda que Trump queria silenciar alegações como a de Daniels para proteger a sua família, e não a sua campanha, daquilo que diz serem falsidades.
Por lei, Trump não será capaz de se perdoar a si próprio, já que o seu caso foi julgado num tribunal estadual e os perdões presidenciais só se aplicam a crimes federais.
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