Rubio supervisiona no Panamá voo de deportação de migrantes colombianos

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, assistiu hoje ao processo de um voo de deportação de migrantes colombianos do Panamá para a Colômbia, no âmbito de um acordo com os Estados Unidos para custear esses repatriamentos por avião.

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© MARK SCHIEFELBEIN/Pool AP/AFP via Getty Images

Lusa
03/02/2025 16:06 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Migrantes

Neste voo, estão a ser repatriados 43 cidadãos colombianos, entre deportados e expulsos por crimes como tráfico de seres humanos, agressões sexuais, crimes relacionados com drogas e, a maioria deles, fuga de postos de controlo fronteiriços, segundo informações oficiais.

 

Além de Rubio e da sua comitiva, estiveram presentes o ministro dos Negócios Estrangeiros do Panamá, Javier Martínez-Acha, o ministro da Segurança, Frank Ábrego, o diretor da Imigração, Roger Mujica, e o diretor da Autoridade da Aviação Civil, Rafael Bárcenas.

Depois de presenciar o voo, o chefe da diplomacia norte-americana declarou que a fronteira dos Estados Unidos, "de certa maneira, não começa no Texas e no México", mas muito mais a Sul no continente americano.

"Até certo ponto, a nossa fronteira não começa no Texas e no México, mas muito antes", afirmou Rubio no Aeroporto Internacional de Albrook, nos arredores da Cidade do Panamá e nas margens do Canal do Panamá.

E acrescentou que, por isso, a melhor coisa que o Governo dos Estados Unidos pode fazer "é criar todos os incentivos" para impedir que as pessoas levem a cabo esse tipo de viagem.

O memorando de entendimento entre os Estados Unidos e o Panamá foi assinado a 01 de julho do ano passado - no mesmo dia em que o Presidente panamiano, José Raúl Mulino, tomou posse -, para reduzir o fluxo de migrantes através do Darién, a fronteira de selva com a Colômbia diariamente usada por migrantes que sonham chegar aos Estados Unidos em busca de melhores condições de vida.

Desde então, os Estados Unidos financiaram voos e bilhetes para o regresso dos migrantes aos seus países de origem no valor de quase 2,7 milhões de dólares (2,6 milhões de euros), através deste acordo, segundo informações do Governo norte-americano.

Desde a entrada em vigor do acordo, a 20 de agosto, foram efetuados 42 voos 'charter' para mais de 14 países, entre os quais Colômbia, Equador, Índia e Vietname, com 1.729 migrantes, além de voos comerciais para repatriar pessoas de países como Rússia, Afeganistão, Paquistão, Gana e Turquia, segundo informações oficiais partilhadas pelas autoridades norte-americanas.

O fluxo de migrantes ilegais que entram pela perigosa selva de Darién registou uma queda "histórica", com 2.158 migrantes em janeiro, em comparação com 34.839 no mesmo período de 2024, indicam dados oficiais divulgados no fim de semana pelo Serviço Nacional de Migração do Panamá.

Até à data, por falta de um acordo bilateral, não foram efetuados voos de deportação para a Venezuela, a principal nacionalidade dos imigrantes que atravessam a selva.

"Isto (o acordo) é prova da grande aliança que existe entre os Estados Unidos e o Panamá, um país amigo e fraterno com o qual temos muitos laços e cooperação. O que aconteceu neste hemisfério com a imigração em massa é muito lamentável, uma tragédia", sublinhou o secretário de Estado norte-americano.

"Em muitos casos", sustentou, os migrantes são "vítimas de uma via ilegal que criou problemas a muitos países na região" e que pretendem chegar aos Estados Unidos.

"Hoje vimos parte de um programa de cooperação que ajuda não só a reduzir a migração ilegal, mas também a evitar que as pessoas com antecedentes criminais - neste grupo havia seis ou sete - continuem a avançar e a criar problemas, não só no Panamá, mas também noutros países", disse Rubio.

Tal, acrescentou, "seria impossível sem a cooperação dos Estados Unidos com o Governo do Panamá", uma vez que ambos "trabalharam muito arduamente e em conjunto e continuaremos a fazê-lo em relação a muitas outras coisas".

O chefe da diplomacia norte-americana chegou no sábado à noite ao Panamá, no âmbito de um périplo que também o levará a El Salvador, para onde partirá ainda hoje, Costa Rica, Guatemala e República Dominicana.

Marco Rubio deslocou-se ao Panamá num contexto de tensões relacionadas com ameaças do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para "reaver" o Canal devido à alegada presença da China.

Rubio manteve no domingo uma reunião com Mulino, descrita pelo Presidente panamiano como "respeitosa e cordial". Mulino propôs a Rubio uma cooperação mais estreita na deportação de migrantes e informou-o da sua intenção de não renovar o acordo de cooperação económica com a China sobre a Nova Rota da Seda.

Além disso, a Autoridade do Canal do Panamá comunicou a Rubio que trabalhará com a Marinha norte-americana para "otimizar o trânsito prioritário dos seus navios" através da via navegável interoceânica, num novo gesto para reduzir as tensões bilaterais.

Num tom mais duro, Rubio exigiu mudanças "imediatas" na gestão do Canal, porque a presença chinesa, sustentou, "viola" os tratados entre os dois países, indicou o Departamento de Estado num comunicado.

Mais tarde, Trump proclamou que planeia "reaver o Canal do Panamá, ou algo em grande vai acontecer", segundo uma breve declaração feita aos jornalistas nos degraus do avião que o levou de volta a Washington, depois de passar o fim de semana na sua mansão privada em Mar-a-Lago, na Florida.

Leia Também: ONU lembra a Trump que detenção de migrantes deve ser um "último recurso"

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