O projeto de lei tem como objetivo "salvaguardar a integridade política da Gronelândia", de acordo com o documento divulgado, que se refere à situação atual, "em que representantes de uma superpotência aliada manifestaram interesse em assumir e controlar" o território.
A sua adoção não deverá causar problemas, uma vez que o executivo tem maioria no Inatsisartut, o parlamento da Gronelândia, e entrará em vigor imediatamente.
O documento prevê que "os partidos, incluindo as filiais locais e as juventudes [partidárias], não estão autorizados a receber contribuições de doadores estrangeiros ou anónimos".
Os doadores estrangeiros são definidos como aqueles que residem ou estão domiciliados fora da Gronelândia.
O projeto de lei será estudado com urgência na terça-feira, um dia após o Inatsisartut retomar os seus trabalhos.
Desde as primeiras declarações de Donald Trump a proclamar a necessidade de adquirir a ilha do Ártico, os seus dirigentes têm repetido que esta não está à venda.
A Dinamarca, país a que pertence o território autónomo, comentou que a Gronelândia pertence aos seus habitantes e assegurou ainda o apoio dos seus parceiros europeus no respeito pelas fronteiras e pela soberania nacional.
As eleições na Gronelândia deverão ser realizadas até 06 de abril e os políticos estão preocupados com uma possível interferência estrangeira.
"Pessoas diferentes, grupos diferentes tentarão influenciar as eleições na Gronelândia como um todo", disse recentemente à agência France Presse (AFP) Aaja Chemnitz, que representa o território no parlamento dinamarquês.
Donald Trump disse pela primeira vez que queria comprar a Gronelândia em 2019, durante o seu primeiro mandato na Casa Branca, uma oferta que tanto o território autónomo como a Dinamarca rejeitaram.
Esta ilha ártica com dois milhões de quilómetros quadrados (80% dos quais cobertos de gelo) conta com uma população de apenas 56 mil habitantes.
Desde 2009, a Gronelândia tem um novo estatuto que reconhece o direito à autodeterminação.
Os Estados Unidos mantêm uma base militar no norte da Gronelândia ao abrigo de um amplo acordo de defesa assinado em 1951 entre Copenhaga e Washington.
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