"Foi bom ter participado hoje no Conselho Europeu informal. À medida que trabalhamos para aumentar a nossa resiliência e reforçar a nossa defesa, temos de investir mais e produzir mais", escreveu Mark Rutte numa publicação na rede social X.
Na mensagem, divulgada após ter participado em Bruxelas no primeiro retiro de líderes da União Europeia, iniciativa criada para debates mais informais entre os chefes de Governo e de Estado europeus e desta vez dedicada ao tema da segurança e defesa, o líder da Aliança Atlântica vincou: "Isto não pode esperar".
"E a melhor forma de o fazermos é em conjunto, nomeadamente através da cooperação entre a NATO e a UE", adiantou Mark Rutte, agradecendo ao presidente do Conselho Europeu, António Costa, o convite para participar neste encontro informal, durante a hora de almoço.
Decorre hoje no Palácio d'Egmont (local independente e que não pertence a qualquer instituição europeia) o primeiro retiro de chefes de Governo e de Estado da UE, numa iniciativa de António Costa, que tomou posse em dezembro passado, para promover o diálogo informal entre os altos responsáveis europeus sem a pressão de chegar a conclusões ou decisões, como acontece nas cimeiras europeias regulares.
Quando existe um sentimento comum de urgência entre os Estados-membros e um consenso de que a UE necessita de reforçar as suas capacidades de defesa e segurança e investir mais nesta área, este encontro informal visa passar a mensagem de que esta aposta está agora na agenda comunitária, numa altura de tensões geopolíticas como no Médio Oriente e na Ucrânia e de uma nova era da política norte-americana.
Portugal está representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e da lista dos participantes fizeram também parte Mark Rutte e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, com a UE a tentar reforçar as parcerias internacionais e construir uma Europa mais forte e mais autónoma na área da defesa.
Dados da Agência Europeia de Defesa revelam que, entre 2021 e 2024, a despesa total com a defesa dos Estados-membros da UE aumentou mais de 30%. Só em 2024, estima-se um valor de 326 mil milhões de euros, o equivalente a cerca de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) da UE.
Prevê-se que as despesas aumentem em mais de 100 mil milhões de euros em termos reais até 2027.
Considerando apenas os 23 países da UE que também são membros da NATO, a despesa com a defesa foi de 1,99% do seu PIB combinado em 2024 e espera-se que seja de 2,04% em 2025.
Cálculos da Comissão Europeia divulgados em junho passado revelam que são necessários investimentos adicionais na defesa de cerca de 500 mil milhões de euros durante a próxima década.
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