Enviado de Trump descarta reconstrução de Gaza em menos de cinco anos

O enviado do Presidente norte-americano para o Médio Oriente, Steve Witkoff, considerou hoje absurdo pensar-se que a Faixa de Gaza será habitável em cinco anos, reforçando a ideia de deslocar a população do enclave destruído para os países vizinhos.

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© Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images

Lusa
04/02/2025 21:11 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Quando o Presidente [dos Estados Unidos] fala em 'limpeza', está a falar em tornar [Gaza] habitável", disse aos jornalistas, pouco antes da reunião prevista para hoje na Casa Branca, em Washington, dos líderes norte-americano, Donald Trump, e israelita, Benjamin Netanyahu.

 

Para Witkoff, "é injusto explicar aos palestinianos que poderiam regressar dentro de cinco anos" ao território devastado por mais de 15 meses de guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas.

"É simplesmente grotesco", prosseguiu, referindo-se ao prazo que disse estar previsto para a reconstrução da Faixa de Gaza no acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, cuja primeira fase entrou em vigor em 19 de janeiro.

Donald Trump sugeriu anteriormente a ideia de "simplesmente limpar" o território palestiniano e transferir os seus habitantes para locais "mais seguros", como os vizinhos Egito ou a Jordânia, que já recusaram.

"Há 30 mil munições não detonadas. Os edifícios podem ruir a qualquer momento. Não há serviços públicos, nem água, nem eletricidade, nem gás, nada. Sabe Deus que tipo de doença se está a formar ali", descreveu Steve Witkoff.

Nas suas declarações, o enviado de Trump reforçou que "é fisicamente impossível" cumprir um programa de cinco anos para a reconstrução da Faixa de Gaza, conforme disse constar na terceira fase do acordo de cessar-fogo.

Fontes da Casa Branca citadas pela agência espanhola EFE referiram que Trump acredita que a Faixa de Gaza continuará a ser um "campo de demolição" durante os próximos 10 a 15 anos.

"O Presidente Trump vê a Faixa de Gaza como um campo de demolição. Acha irreal que possa ser reconstruída num período de três a cinco anos. Acredita que levará pelo menos 10 a 15 anos e que é desumano obrigar as pessoas a viver num território inabitável cheio de escombros e munições não detonadas", relatou uma das fontes.

Esta é a primeira viagem de Netanyahu para fora de Israel desde que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de captura em novembro para o chefe do Governo israelita, o seu ex-ministro da Defesa e o antigo líder militar do Hamas, acusando-os de crimes contra a humanidade durante a guerra na Faixa de Gaza.

Os Estados Unidos não reconhecem a autoridade do TPI sobre os seus cidadãos ou território e Netanyahu será o primeiro líder estrangeiro recebido por Trump na Casa Branca desde a sua posse em 20 de janeiro.

Antes da reunião, Netanyahu discutiu a próxima fase do cessar-fogo com o enviado do Presidente dos Estados Unidos, país mediador das conversações com o Hamas.

O líder israelita indicou que enviará uma delegação ao Qatar para continuar as negociações indiretas com o grupo palestiniano, e que vai convocar o Gabinete de Segurança para discutir as exigências de Israel para a próxima fase do cessar-fogo quando regressar ao seu país no final da semana.

Negociado durante meses, a primeira fase do acordo de cessar-fogo dura seis semanas e deverá permitir a libertação de 33 reféns em troca de mais de 1.900 palestinianos detidos por Israel e o reforço da ajuda humanitária ao território.

A segunda fase tem como objetivo a libertação dos últimos reféns e o fim definitivo das hostilidades.

Uma terceira fase, ainda incerta, deverá definir os termos da reconstrução da Faixa de Gaza e da sua governação no futuro.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em Israel em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala, que provocou mais de 47 mil mortos, na maioria civis, e a destruição da maioria das infraestruturas do enclave, segundo as autoridades locais, controladas pelo Hamas desde 2007.

Leia Também: Governo palestiniano aprova grupo para gerir a administração de Gaza

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