Marco Rubio promete apoiar Costa Rica perante "chantagem" chinesa

O secretário de Estado norte-americano ofereceu esta quarta-feira um "apoio franco" dos Estados Unidos à Costa Rica, perante o que chamou de "chantagem" por parte da China, na sua primeira viagem ao estrangeiro desde a tomada de posse.

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Lusa
05/02/2025 06:08 ‧ há 2 horas por Lusa

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Costa Rica

"Sob o Presidente [Donald] Trump, temos uma política externa em que damos um apoio franco aos nossos aliados", disse Marco Rubio, numa conferência de imprensa em San José, ao lado do Presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves.

 

Um país "merece apoio" quando é confrontado "com empresas que não são seguras, que são apoiadas por governos como o da China, que gostam de ameaçar, sabotar e usar coerção económica", disse.

A Costa Rica proibiu efetivamente a gigante chinesa Huawei de apresentar propostas para a sua rede de quinta geração (5G) em 2023, devido à recusa de Pequim em assinar um acordo internacional sobre cibercrime.

"Lidar com empresas como esta tem as suas consequências: chantagem, ameaças, tentativas de infiltração em agências governamentais. Os senhores têm sido muito firmes e vamos continuar a apoiá-los nesta área, a cibersegurança, um problema que também enfrentamos nos Estados Unidos", acrescentou Rubio, anunciando a continuação da ajuda financeira à Costa Rica.

Parceiro importante dos Estados Unidos em questões de migração e na luta contra o tráfico de droga, a ajuda à Costa Rica inclui a vigilância biométrica, que Rubio saudou como um exemplo concreto que beneficia os interesses norte-americanos.

Os Estados Unidos têm estado atentos ao aumento do investimento chinês na Costa Rica desde que, em 2007, o país cortou os laços com Taiwan, que a China reivindica como parte do seu território. Outros países latino-americanos seguiram o exemplo.

No entanto, desde então, as relações entre a Costa Rica e a China deterioraram-se.

"O Presidente Chaves tem sido um grande líder ao reconhecer a ameaça que a China representa", disse Mauricio Claver-Carone, enviado especial dos EUA para a América Latina.

No início do périplo pela América Central, que teve início no Panamá, Rubio também saudou os progressos deste país no sentido de reduzir a influência da China sobre o importante canal interoceânico.

Após a visita, num contexto de ameaças de Donald Trump de reclamar a via marítima estratégica, dois advogados panamianos apresentaram uma queixa na segunda-feira pedindo o cancelamento da concessão que permite a uma subsidiária do conglomerado de Hong Kong CK Hutchison operar dois portos em cada extremidade do canal.

O périplo de Marco Rubio também visa outra prioridade de Trump: deportar os imigrantes sem documentos dos Estados Unidos.

O secretário de Estado acusou os governos da Nicarágua, Venezuela e Cuba de serem "inimigos da humanidade" e de terem "criado uma crise migratória".

"Se não fossem estes três regimes, não haveria crise migratória no hemisfério", afirmou. "Criaram-na porque são países cujos sistemas não funcionam", afirmou em espanhol o chefe da diplomacia norte-americana, filho de emigrantes cubanos e o primeiro hispânico a chefiar a diplomacia dos EUA.

Na sua conta no X, o Presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, retorquiu que "a impudência está mais uma vez a apoderar-se dos políticos cínicos dos Estados Unidos".

"Está provado que o êxodo de pessoas é proporcional ao agravamento do bloqueio, que priva o nosso povo de bens essenciais. A humanidade está em perigo por causa do vosso neofascismo", escreveu.

Washington anunciou também na terça-feira que os primeiros voos de transporte de migrantes ilegais para a baía de Guantánamo, na ilha de Cuba, estão "em curso", menos de uma semana depois de Donald Trump ter anunciado que ia enviar 30.000 migrantes para a base militar norte-americana conhecida pela sua prisão militar aberta após os ataques de 11 de setembro de 2001.

Leia Também: Edmundo González reúne-se com presidente da Costa Rica na quinta-feira

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