Russos apelam a corredor humanitário para salvar familiares em Kursk

As famílias dos habitantes presos na região russa de Kursk, ocupada pelo exército ucraniano, apelaram a Moscovo e a Kiev para estabelecerem um corredor humanitário para retirar os civis, isolados e vulneráveis aos combates.

Notícia

© Yan Dobronosov/Global Images Ukraine via Getty Images

Lusa
05/02/2025 16:43 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Apelamos a um corredor para os nossos entes queridos, cidadãos da Rússia", declarou Lioubov Priloutskaya, residente na região de Kursk, que procura pelos seus pais há meses, que estão desaparecidos na cidade ocupada de Soudja desde agosto passado.

 

Priloutskaya propôs na rede social russa VK que o corredor poderia ser aberto na Ucrânia, na fronteira com a região de Kursk, e em seguida na Bielorrússia, antes de os civis regressarem ao território controlado pela Rússia.

No passado fim de semana, um ataque atingiu um edifício escolar utilizado como refúgio para os idosos em Soudja, na região controlada pela Ucrânia.

Ambas as partes acusaram-se mutuamente pelo bombardeamento, que, segundo Kiev, matou quatro pessoas.

"Independentemente de quem atacou, o ataque é mais uma razão para retirar as pessoas o mais rapidamente possível", disse hoje Priloutskaya à agência de notícias francesa AFP, estimando que "entre 2.000 e 3.000" pessoas ainda vivem na zona ocupada.

A Cruz Vermelha Russa afirmou ter recebido mais de 7.000 mensagens de cidadãos russos à procura dos seus familiares nesta parte da região de Kursk.

"Há seis meses que escrevemos a toda a gente para dizer que ainda há muitas pessoas vivas, cidadãos russos, que não têm nada para comer, nada para beber, nada para se aquecerem e que estão sob fogo todos os dias", escreveu Priloutskaya no VK.

O governador interino da região de Kursk, Alexander Khinchtein, deverá reunir-se hoje com o Presidente russo, Vladimir Putin, para discutir a situação.

Na semana passada, as autoridades russas, incluindo Khinchtein, reuniram-se com os familiares dos civis soterrados e prometeram elaborar listas dos desaparecidos o mais rapidamente possível.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A Ucrânia assumiu o controlo de dezenas de localidades na região fronteiriça de Kursk, no oeste da Rússia, desde que lançou uma ofensiva surpresa em agosto, e afirma que cerca de dois mil civis ainda vivem nas áreas ocupadas.

O Exército russo começou a repelir esta ofensiva e já recapturou várias localidades.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

Leia Também: Rússia e Ucrânia trocam 150 prisioneiros de cada lado

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas