O envio do polémico e-mail não classificado com esta lista foi noticiado hoje pelo jornal The New York Times.
A medida faz parte de uma ordem executiva assinada pelo Presidente Donald Trump para reduzir o número de funcionários federais.
Segundo o jornal, a lista inclui as iniciais do primeiro e último nome destes trabalhadores, que ainda estão em período de experiência e, por isso, são mais fáceis de despedir.
Entre estes estão jovens analistas contratados especificamente para se concentrarem na China, cujas identidades são frequentemente protegidas devido ao interesse que os 'hackers' chineses têm neles.
A CIA confirmou hoje à agência Associated Press (AP) que ofereceu indemnizações aos funcionários que se demitam voluntariamente, recusando dizer quantas pessoas receberam ofertas ou se têm algum prazo para decidir.
O Gabinete de Gestão de Pessoal de Trump já ofereceu a milhões de funcionários federais cerca de oito meses de salário se concordassem até quinta-feira em deixar os seus empregos.
A CIA e outras agências de segurança nacional foram inicialmente isentas, mas as ofertas da CIA sugerem que poucos setores do governo escaparão à reforma de Trump.
O republicano critica há muito as agências de informação dos Estados Unidos, e o seu novo diretor da CIA, John Ratcliffe, prometeu grandes mudanças, alegando que a CIA se desviou do seu foco original na informação recolhida por humanos.
Desde que assumiu o cargo, no mês passado, Trump lançou uma tentativa de destruir e remodelar várias agências federais, nomeadamente a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, que foi amplamente desmantelada por Trump e pelo bilionário Elon Musk, o líder do chamado Departamento de Eficiência Governamental de Trump.
Os especialistas em segurança nacional alertaram que cortes profundos na CIA e noutras agências poderiam colocar vidas em risco, dificultando a sua missão ou reduzindo o fluxo de informações entre os EUA e os seus aliados.
Antigos funcionários citados pelo The New York Times manifestaram a preocupação de que a lista possa acabar nas mãos de jovens especialistas em software que trabalham com o bilionário Elon Musk e a sua equipa no Departamento de Eficiência Governamental, que estão a liderar os cortes nos gastos governamentais.
Se tal acontecesse, os nomes poderiam facilmente acabar na mira da China, da Rússia ou de outros serviços de informação estrangeiros.
Para o congressista democrata Mark Warner, vice-presidente da Comissão de Inteligência do Senado, "expor as identidades das autoridades que realizam trabalhos extremamente confidenciais seria um alvo direto para a China".
"Um desenvolvimento desastroso para a segurança nacional", alertou hoje, na rede social X.
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