Num comunicado divulgado na quarta--feira à noite, os Correios disseram que só irão enviar pacotes ou encomendas que os clientes tenham registado junto da Alfândega e a Proteção das Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
Esse registo "exige os documentos de importação necessários e o pagamento de taxas feito através de um despachante aduaneiro", sublinharam os Correios de Hong Kong.
Pouco depois de tomar posse, o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, eliminou especificamente uma isenção tarifária para produtos de baixo valor, adquiridos diretamente por consumidores e enviados através do serviço postal.
Essa isenção abrangia artigos de valor inferior a 800 dólares (770 euros).
Todos os pacotes e encomendas que cheguem aos Estados Unidos sem pagar as taxas "serão devolvidos a Hong Kong", sublinharam os Correios do território.
"Os serviços de envios postais que contenham apenas documentos não serão afetados", acrescentaram os Correios de Hong Kong.
O anúncio surgiu pouco depois de os Correios da região vizinha de Macau (CTT) terem suspendido o envio de pequenos pacotes e encomendas para os Estados Unidos.
Na quarta-feira, o Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS, na sigla em inglês) anunciou que iria deixar "temporariamente" de aceitar encomendas provenientes da China e de Hong Kong (sem qualquer referência a Macau) "até nova ordem".
Mas horas depois, o USPS reverteu a decisão, sem dar qualquer justificação, afirmando apenas que ia trabalhar com a CBP para implementar um processo de cobrança para as novas taxas impostas sobre bens chineses, a fim de evitar interrupções na entrega.
Trump aumentou as taxas alfandegárias sobre as importações oriundas da China em 10%, depois de ter recuado nos planos de cobrar taxas ao Canadá e ao México.
Pequim respondeu com medidas de retaliação, incluindo taxas de 15% sobre as importações de carvão, gás natural liquefeito, equipamento agrícola e outros bens dos EUA.
Também num comunicado divulgado na quarta-feira à noite, o Governo de Hong Kong expressou "uma forte condenação" da decisão dos Estados Unidos, que "ignora o facto básico de que Hong Kong é um território aduaneiro separado" da China continental.
"Tomaremos todas as medidas possíveis para defender os nossos interesses legítimos, incluindo considerar levar o assunto à OMC [Organização Mundial do Comércio]", disse um porta-voz das autoridades da região semiautónoma chinesa.
A proibição podia afetar plataformas de comércio eletrónico como a Shein e a Temu, populares entre os consumidores mais jovens nos Estados Unidos pelo vestuário barato e outros produtos, normalmente enviados diretamente da China.
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