Numa mensagem em dari (a versão afegã do persa) publicada na rede social X (antigo Twitter), a embaixada explicou tratar-se de "uma decisão do país de acolhimento em virtude das prerrogativas que lhe são concedidas pela Convenção de Viena".
A embaixada e os serviços consulares em Ancara e Istambul tinham continuado a trabalhar com a antiga equipa da República Islâmica depois de os talibãs terem tomado o poder em Cabul, em 2021.
"Após os acontecimentos de 15 de agosto de 2021, devido às tentativas infrutíferas dos talibãs de tomar o controlo da embaixada e à pressão contínua exercida sobre os diplomatas e funcionários desta embaixada, bem como à pressão exercida sobre o governo turco, o Ministério dos Negócios Estrangeiros [turco] decidiu pôr termo à missão do embaixador da República e dos diplomatas desta embaixada", lê-se na mensagem.
A agência France-Presse (AFP) noticiou que a representação continuou a funcionar e a receber público durante todo o dia de hoje e que ficaram sem resposta os pedidos de comentário ao Ministério dos Negócios Estrangeiros turco e aos diplomatas afegãos.
Um segurança turco colocado à porta do local mencionou o encerramento da representação esta noite "porque não está em conformidade com o regime talibã".
"Consequentemente, no dia 06 de fevereiro deste ano, os diplomatas da era republicana nesta embaixada terminaram a sua missão e, devido à ausência de um governo legítimo baseado na vontade do povo, esta embaixada foi entregue hoje ao Ministério dos Negócios Estrangeiros", segundo os funcionários, gratos à Turquia pelo "seu apoio ao longo dos últimos anos".
A Turquia manteve a sua embaixada em Cabul e os seus consulados em Maazar-el-Sharif (norte) e Herat (oeste) "e está ao lado do povo afegão nestas circunstâncias difíceis", salientam.
"Com a esperança de que um dia o Afeganistão volte a ser orgulhoso e independente e que o nosso povo, no país e no estrangeiro, recupere a honra e o respeito", concluíram.
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