"A Torre Grenfell será cuidadosamente demolida", afirmou o governo num comunicado, em resposta às críticas de algumas pessoas contra a decisão, que pretendiam preservar a estrutura carbonizada do edifício como um monumento aos que morreram.
Na quarta-feira, a vice-primeira-ministra britânica Angela Rayner reuniu-se com familiares e sobreviventes para discutir a decisão do governo antes de um anúncio formal, tendo a decisão sido criticada.
O grupo de antigos residentes e familiares das vítimas de Grenfell United queixou-se que as suas vozes tinham sido ignoradas e acusou Rayner de não ter escutado todos os envolvidos.
O governo tinha dito anteriormente que o local permaneceria inalterado pelo menos até ao oitavo aniversário da catástrofe, em junho, o que mantém, e que um monumento seria construído na área afetada.
O executivo entende que a reconstrução do local, removendo os escombros do edifício de 24 andares no bairro de North Kensington, no oeste de Londres, é a melhor solução.
Vários peritos independentes consultados salientaram que o edifício está danificado e que vai continuar a deteriorar-se com o tempo, e que não possível manter parte da estrutura como monumento.
"É provável que demore cerca de dois anos a desmontar a torre, através de um processo de desconstrução progressiva, cuidadoso e sensível, que ocorre por detrás da cobertura", garantiu o governo.
O incêndio deflagrou na madrugada de 14 de junho de 2017 num frigorífico num dos primeiros pisos e rapidamente alastrou para o topo devido à combustão do revestimento exterior instalado um ano antes.
A maior parte das vítimas morreram encurraladas nos seus apartamentos devido aos conselhos dos bombeiros para não saírem.
No total, viviam dez portugueses no edifício, tendo todos sobrevivido, mas Logan Gomes, um bebé nado morto que já tinha quase sete meses de gestação, morreu devido à intoxicação de fumo pela mãe.
Um inquérito público sobre o incêndio concluiu que décadas de erros de governos sucessivos, reguladores e indústria transformaram o edifício numa "armadilha fatal".
O inquérito não encontrou uma "causa única" para a tragédia, mas mencionou uma combinação de empresas desonestas, regulamentação deficiente e autoridades complacentes.
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