Morgan Ortagus, adjunta do enviado dos EUA para o Médio Oriente, afirmou hoje que a presença do movimento islamista no novo governo libanês constituiria uma linha vermelha.
Num comunicado, Mohammed Raad condenou o que considerou "interferência flagrante na soberania do Líbano", afirmando que os comentários de Ortagus são "maliciosos e irresponsáveis" e que visavam um ator da "vida política libanesa".
A enviada adjunta dos Estados Unidos para o Médio Oriente descreveu hoje a presença do Hezbollah no novo governo libanês como uma 'linha vermelha' e saudou o fim do "reinado de terror" do movimento extremista pró-iraniano.
"Estabelecemos linhas vermelhas claras para os Estados Unidos: o Hezbollah não poderá continuar a aterrorizar o povo libanês, incluindo fazendo parte do governo", declarou Ortagus após uma reunião com o Presidente libanês, Joseph Aoun, em Beirute.
"O fim do reinado de terror do Hezbollah no Líbano e em todo o mundo começou, e acabou", acrescentou, citada pela agência francesa AFP.
Segundo a enviada norte-americana, "o Hezbollah foi derrotado por Israel" e os Estados Unidos agradecem ao seu aliado por isso.
Ortagus referia-se ao fim das hostilidades entre as duas partes, que duraram mais de um ano e enfraqueceram consideravelmente o partido xiita.
Esta é a primeira visita oficial de Ortagus ao estrangeiro desde que foi nomeada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
A visita de Ortagus a Beirute ocorre numa altura em que o novo primeiro-ministro do Líbano, Nawaf Salam, se esforça por formar um governo sob a pressão política do Hezbollah e dos seus aliados.
Os esforços para formar um novo governo estão a estagnar após a nomeação de um novo presidente e de um novo primeiro-ministro no início de janeiro, pondo fim a um vazio de poder de dois anos, segundo a AFP.
"Os homens e mulheres de caráter deste governo irão garantir que começamos a pôr fim à corrupção e à influência do Hezbollah, e a iniciar as reformas para um país maior", acrescentou Ortagus.
O Irão lidera o autodenominado "eixo de resistência" contra Israel e Estados Unidos, que inclui grupos como o libanês Hezbollah, os palestinianos Hamas e Jihad Islâmica ou os huthis do Iémen.
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