Segundo os especialistas, a designação de Cuba como um Estado patrocinador do terrorismo é ilegal pois trata-se de "um ato unilateral, sem a autorização do Conselho de Segurança da ONU e com um impacto direto e indireto nos direitos humanos".
Em 20 de janeiro, no próprio dia da sua tomada de posse como 47.º Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump revogou a decisão do seu antecessor, Joe Biden, de retirar Cuba da lista de países de terrorismo, na qual o país estava incluído desde 12 de fevereiro de 2021, e anunciou que voltaria a incluir Cuba nessa lista.
Vários especialistas em direitos humanos afirmaram que a designação de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo em 2021 agravou o isolamento da ilha e provocou apreensão generalizada em manter relações com o país, particularmente na esfera económica.
"A insegurança alimentar tornou-se uma grande preocupação devido às pressões inflacionárias, ao aumento dos preços dos alimentos, ao decréscimo da produção agrícola devido à escassez de combustível e às restrições das importações de maquinaria agrícola, peças sobresselentes, fertilizantes, alimentos para animais e outros fatores de produção", explicaram.
Os peritos consideraram ainda que a medida norte-americana prejudicou os esforços de Cuba para ultrapassar o impacto do embargo, da pandemia de covid-19 e das catástrofes naturais que enfrentou nos últimos anos.
Os signatários da declaração são a relatora sobre o impacto negativo das medidas coercivas unilaterais, Alena Douhan; a especialista em dívida externa, Attiya Waris; a relatora sobre os direitos das mulheres e das raparigas, Reem Alsalem, e o especialista independente sobre a ordem democrática internacional, George Katrougalos.
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