"Não há absolutamente pressa nenhuma", declarou o líder dos Estados Unidos.
Trump propôs na terça-feira, numa conferência de imprensa conjunta em Washington com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, "assumir o controlo" da Faixa de Gaza e reconstruí-la, transformando-a na nova "Riviera do Médio Oriente", depois de realojar definitivamente os palestinianos nos países vizinhos.
O Presidente norte-americano disse ainda que os residentes da Faixa de Gaza "ficariam felizes" por sair se tivessem a oportunidade de o fazer para um "lugar agradável com fronteiras agradáveis".
O republicano não explicou como ou com que base legal executaria este plano.
Na quinta-feira, Trump insistiu que a Faixa de Gaza será "entregue aos Estados Unidos por Israel no final dos combates" e que entretanto os palestinianos "já terão sido realojados" noutros locais da região, principalmente no Egito ou na Jordânia.
Ambos os países rejeitaram esta ideia, que gerou amplos protestos internacionais, com a ONU a alertar contra qualquer tentativa de "limpeza étnica".
O plano de Trump foi também recusado veementemente pelo grupo islamita Hamas, que controla o Governo na Faixa de Gaza, e pela Autoridade Palestiniana na Cisjordânia ocupada.
Embora não sejam claros os detalhes da sua implementação, o plano afasta-se da perspetiva, a longo prazo, de uma solução de dois Estados (Israel e Palestina) para resolver o conflito israelo-palestiniano, que dura há quase 80 anos.
Este acordo é defendido por grande parte da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos até ao momento, mas merece uma firme oposição de Israel.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em Israel em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala, que provocou mais de 47 mil mortos, na maioria civis, e a destruição da maioria das infraestruturas do enclave, segundo as autoridades locais, controladas pelo Hamas desde 2007.
O conflito também provocou cerca de 1,9 milhões de deslocados, de acordo com a ONU.
Os combates foram suspensos desde 19 de janeiro por um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
A primeira fase do acordo dura seis semanas e deverá permitir a libertação de 33 reféns em troca de mais de 1.900 palestinianos detidos por Israel e o reforço da ajuda humanitária ao território.
A segunda fase tem como objetivo a libertação dos últimos reféns e o fim definitivo das hostilidades.
Uma terceira fase, ainda incerta, deverá definir os termos da reconstrução da Faixa de Gaza e da sua governação no futuro.
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