Trump sem "pressa nenhuma" para os seus planos em Gaza

O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje não ter "pressa nenhuma" em aplicar o seu plano de retirar a população da Faixa de Gaza para desenvolver projetos imobiliários no enclave palestiniano, intenção que provocou indignação em todo o mundo.

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© Anna Rose Layden/UPI/Bloomberg via Getty Images

Lusa
07/02/2025 19:15 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

EUA

"Não há absolutamente pressa nenhuma", declarou o líder dos Estados Unidos.

 

Trump propôs na terça-feira, numa conferência de imprensa conjunta em Washington com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, "assumir o controlo" da Faixa de Gaza e reconstruí-la, transformando-a na nova "Riviera do Médio Oriente", depois de realojar definitivamente os palestinianos nos países vizinhos.

O Presidente norte-americano disse ainda que os residentes da Faixa de Gaza "ficariam felizes" por sair se tivessem a oportunidade de o fazer para um "lugar agradável com fronteiras agradáveis".

O republicano não explicou como ou com que base legal executaria este plano.

Na quinta-feira, Trump insistiu que a Faixa de Gaza será "entregue aos Estados Unidos por Israel no final dos combates" e que entretanto os palestinianos "já terão sido realojados" noutros locais da região, principalmente no Egito ou na Jordânia.

Ambos os países rejeitaram esta ideia, que gerou amplos protestos internacionais, com a ONU a alertar contra qualquer tentativa de "limpeza étnica".

O plano de Trump foi também recusado veementemente pelo grupo islamita Hamas, que controla o Governo na Faixa de Gaza, e pela Autoridade Palestiniana na Cisjordânia ocupada.

Embora não sejam claros os detalhes da sua implementação, o plano afasta-se da perspetiva, a longo prazo, de uma solução de dois Estados (Israel e Palestina) para resolver o conflito israelo-palestiniano, que dura há quase 80 anos.

Este acordo é defendido por grande parte da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos até ao momento, mas merece uma firme oposição de Israel.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em Israel em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala, que provocou mais de 47 mil mortos, na maioria civis, e a destruição da maioria das infraestruturas do enclave, segundo as autoridades locais, controladas pelo Hamas desde 2007.

O conflito também provocou cerca de 1,9 milhões de deslocados, de acordo com a ONU.

Os combates foram suspensos desde 19 de janeiro por um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

A primeira fase do acordo dura seis semanas e deverá permitir a libertação de 33 reféns em troca de mais de 1.900 palestinianos detidos por Israel e o reforço da ajuda humanitária ao território.

A segunda fase tem como objetivo a libertação dos últimos reféns e o fim definitivo das hostilidades.

Uma terceira fase, ainda incerta, deverá definir os termos da reconstrução da Faixa de Gaza e da sua governação no futuro.

Leia Também: Egito com "intensos contactos" para rejeitar plano Trump sobre Gaza

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