A pretensão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de extinguir a agência humanitária "põe em risco milhões de vidas, milhares de empregos norte-americanos e compromete seriamente a segurança nacional e influência norte-americana no mundo", escreveu Samantha Power, que liderou a USAID durante o mandato do antigo Presidente democrata Joe Biden, num editorial publicado no jornal The New York Times.
O Governo de Trump quer reduzir o número de funcionários na agência federal humanitária para menos de 300 pessoas, das mais de 10 mil atuais, segundo o jornal.
Este corte de 97% está a ser realizado sob o impulso do multimilionário Elon Musk, que dirige o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) e que foi incumbido por Donald Trump de "limpar" o Governo federal.
Os líderes "extremistas e autoritários estão encantados" com a decisão de Trump, insistiu Power, antiga embaixadora norte-americana na ONU, que qualificou a agência como "um exemplo efetivo do que distingue os Estados Unidos dos nossos adversários" no mundo.
A USAID foi criada em 1961 pelo Presidente John F. Kennedy para assegurar a administração da ajuda humanitária internacional dos Estados Unidos, através da organização de projetos internacionais com o objetivo de combater a pobreza, doenças e responder à fome e às catástrofes naturais.
A agência, que gere programas de ajuda humanitária em cerca de 120 países, promove ainda a democracia e o desenvolvimento através do seu apoio às organizações não-governamentais (ONG), aos meios de comunicação social independentes e às iniciativas sociais.
O orçamento da USAID, de mais de 40 mil milhões de dólares (48.3 mil milhões de euros), representa 42% da ajuda humanitária concedida em todo o mundo.
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