"Os 'jihadistas' emboscaram um comboio de civis escoltados por soldados malianos e pelo [grupo] mercenário [russo] Wagner, na sexta-feira, entre Gao e Ansongo [norte]", declarou, esta manhã, à AFP um responsável eleito sob condição de anonimato.
Na altura, o balanço apontava para pelo menos uma dezena de pessoas mortas no local, mas era "muito provisório", segundo a mesma fonte.
"Há civis e militares entre os mortos e feridos", acrescentou.
Hoje, uma fonte médica de Gao disse que "muitos dos mortos e feridos" do ataque tinham sido transferidos para a cidade, a principal do norte do Mali.
Confirmando o "ataque mortífero", um responsável de um sindicato de transportadores do Mali disse, sob condição de anonimato: "Segundo um transportador sobrevivente, os 'jihadistas' emboscaram a escolta e abriram fogo contra todos indiscriminadamente para fazer o maior número possível de vítimas".
Por sua vez, um outro oficial eleito do norte do Mali disse à AFP que, no momento do ataque, "os soldados malianos e o grupo Wagner estavam em cerca de 10 veículos para proteger o comboio de passageiros civis de vinte e dois miniautocarros, seis grandes autocarros e oito camiões".
"Pelo menos cinco camiões foram destruídos pelos 'jihadistas' do Estado Islâmico", acrescentou.
O exército do Mali não fez qualquer declaração oficial sobre o incidente.
"Estamos atualmente a acompanhar a situação no terreno entre Ansongo e Gao", disse fonte de segurança maliana.
A estrada Ansongo-Gao, no norte do Mali, tem sido alvo de ataques nos últimos meses, atribuídos a 'jihadistas' ou criminosos que assaltam civis.
O Mali vive desde 2012 uma profunda crise de segurança, alimentada nomeadamente pela violência de grupos ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico, bem como de grupos criminosos da comunidade local. Uma junta militar está no poder desde dois golpes de Estado em 2020 e 2021.
[Notícia atualizada às 13h40]
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