Trump vai demitir administração do Kennedy Center e nomear-se presidente

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que vai demitir membros do conselho de administração do Centro de Artes Performativas John F. Kennedy e nomear-se presidente daquela instituição.

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© Brandon Bell/Getty Images

Lusa
08/02/2025 15:15 ‧ há 2 horas por Lusa

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EUA

O presidente norte-americano disse também que irá ditar a programação deste Centro de Artes Performativas, que é considerada uma das principais instituições culturais do país, referindo especificamente que irá acabar com os eventos com artistas 'drag'.

 

O anúncio de Trump foi feito na sexta-feira, depois de nas primeiras semanas do seu mandato, ter anunciado a intenção de encerrar agências federais, congelar despesas e acabar com iniciativas de diversidade, equidade e inclusão.

"Sob a minha direção, vamos tornar o Kennedy Center, em Washington D.C., grande de novo. Decidi demitir imediatamente vários membros do Conselho de Administração, incluindo o presidente, que não partilham a nossa visão para uma idade de ouro nas artes e na cultura", escreveu Trump, nas redes sociais.

E acrescentou: "Em breve anunciaremos um novo Conselho de Administração, com um presidente fantástico, Donald J. Trump!"

Numa declaração posterior no seu 'site', o Kennedy Center afirmou ter conhecimento da publicação de Trump: "Não recebemos nenhuma comunicação oficial da Casa Branca sobre mudanças no nosso conselho de administração. Estamos cientes de que alguns membros do nosso conselho receberam avisos de rescisão".

"De acordo com as normas de funcionamento do Centro, estabelecidas pelo Congresso em 1958, o presidente do conselho de administração é eleito pelos membros do conselho de administração", refere o Kennedy Center.

E prossegue: "Não há nada nos estatutos do Centro que impeça uma nova administração de substituir os membros do conselho, no entanto, esta seria a primeira vez que tal ação seria tomada no Kennedy Center".

Segundo a agência Associated Press, os artistas `drags´ já acusaram Trump de os visar por serem quem são num país onde a liberdade de expressão é garantida pela Constituição.

"Trata-se de quem pode existir em espaços públicos e cujas histórias podem ser contadas no palco da América", disse Blaq Dinamyte, presidente da Qommittee, uma rede nacional de artistas drag e aliados.

Ao contrário do presidente democrata Joe Biden e de outros presidentes ao longo das décadas, Trump não compareceu às cerimónias anuais do Kennedy Center Honors durante o seu primeiro mandato.

Pouco depois da publicação de Trump, o 'site' do Kennedy Center começou a registar dificuldades técnicas e os visitantes receberam uma mensagem com a frase: "Estamos a ter muito tráfego", sendo redirecionados para uma 'sala de espera' que indicava quantas centenas de pessoas estavam a tentar aceder ao 'site' antes deles.

De acordo com a AP, Trump sugeriu no seu 'post' que iria implementar algumas mudanças no programa de espetáculos, referindo que em 2024 "o Kennedy Center apresentou Drag Shows especificamente dirigidos aos nossos jovens -- Isto vai parar!".

O Kennedy Center organizou em julho de 2024 um pré-show intitulado "A Drag Salute to Divas" e um "Drag Brunch" em novembro.

Na sua publicação, Trump não esclareceu quais os membros do conselho de administração que iria demitir, para além do atual presidente, o filantropo David Rubenstein.

A atual direção inclui a secretária de imprensa de Biden na Casa Branca, Karine Jean-Pierre, bem como Mike Donilon, aliado de longa data de Biden, e Stephanie Cutter, antiga conselheira de Obama. A tesoureira do conselho de administração do centro é a produtora de televisão Shonda Rhimes, que organizou angariações de fundos para Biden antes de este abandonar a sua candidatura à reeleição no verão passado.

Mas a atual direção também conta com aliados de Trump, incluindo Pam Bondi, a sua recentemente confirmada procuradora-geral, e Lee Greenwood, cuja canção "God Bless the USA" foi o hino não oficial das campanhas presidenciais de Trump.

Leia Também: África do Sul denuncia sanções de Trump como "desinformação e propaganda"

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