Washington e Moscovo não confirmaram oficialmente qualquer comunicação entre os dois líderes desde que Trump tomou posse, em 20 de janeiro, depois de ter prometido pôr rapidamente fim aos combates na Ucrânia.
O New York Post noticiou no sábado que Trump revelou ao jornal que tinha falado com Putin ao telefone para discutir o fim do conflito na Ucrânia e que o homólogo russo lhe tinha assegurado que queria "ver as pessoas deixarem de morrer".
De acordo com o jornal, Trump disse ainda que "era melhor não dizer" quantas vezes os dois líderes tinham falado.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse hoje à agência oficial russa TASS que não podia confirmar nem negar a existência de uma conversa, mas deu a entender que não tinha conhecimento de uma chamada.
"O que posso dizer sobre esta informação? À medida que a administração em Washington desenvolve o seu trabalho, ocorrem muitas comunicações diferentes. E essas comunicações passam por diferentes canais", afirmou, segundo a agência francesa AFP.
"E é claro que, devido a estas numerosas comunicações, eu pessoalmente posso não saber algo, posso não ter conhecimento de algo. Por isso, neste caso, não posso confirmar nem negar esta informação", acrescentou.
Peskov já tinha negado várias vezes a existência de conversas telefónicas entre os dois líderes antes do regresso do republicano Trump à Casa Branca, sede da presidência dos Estados Unidos.
O Kremlin tem dito que aguarda sinais da Casa Branca sobre um possível encontro entre Putin e Trump.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Riabkov, admitiu, no final de janeiro, que o restabelecimento do diálogo político "é, sem dúvida, necessário", mas referiu que não havia progressos.
O conselheiro do Kremlin para assuntos internacionais, Yuri Ushakov, disse recentemente que deve ser o novo presidente a tomar a iniciativa, deixando a bola no campo de Trump, segundo a agência espanhola EFE.
Durante a campanha presidencial, Trump prometeu acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas, mas, já como presidente, chegou a ameaçar impor mais sanções à Rússia se Putin recusasse negociações com Kyiv.
A guerra foi desencadeada pela Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, segundo justificou Putin na altura.
Desconhece-se o número de baixas militares e civis, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.
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