O reforço do contingente militar sul-africano na missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês) vem na sequência da morte de 14 soldados sul-africanos no conflito que assola o leste da RDCongo.
A missão da SADC (SAMIDRC) está a mobilizar soldados da base militar de Lohatla, no norte da África do Sul, para reforçar as tropas que apoiam o exército democrático-congolês na tentativa de travar o avanço do grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), disse a fonte, que pediu para não ser identificada.
No entanto, a fonte confessou não estar esperançada quanto ao impacto de mais tropas no desenrolar do conflito, pois confirmou que os soldados da Força de Defesa Nacional Sul-Africana (SANDF) estão atualmente encurralados pelo M23.
Nem o Ministério da Defesa nem as SANDF comentaram o novo destacamento.
Entre 25 e 27 de janeiro, 14 soldados sul-africanos foram mortos nos confrontos entre o exército democrático-congolês e o M23, quando os rebeldes tomaram a cidade estratégica de Goma, capital da província de Kivu Norte, deixando cerca de 3.000 mortos e centenas de milhares de deslocados, segundo a ONU.
A morte destes soldados colocou a SAMIDRC sob os holofotes de vários partidos políticos na África do Sul e levou diferentes membros do parlamento a juntarem-se ao coro de apelos à retirada das tropas sul-africanas da RDCongo, para onde o Governo sul-africano enviou 2.900 soldados em fevereiro de 2024 no âmbito desta missão de manutenção da paz no país voizinho de Angola.
A atividade do M23 recomeçou em novembro de 2021 com ataques relâmpagos contra o exército governamental no Kivu do Norte, uma província que faz fronteira com o Ruanda e é rica em minerais como o ouro e o coltan, essenciais para a indústria tecnológica, entre outros.
Desde 1998, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença dos "capacetes azuis" das Nações Unidas.
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