A milícia curda, dominante no nordeste do país e que continua a enfrentar grupos armados financiados pela Turquia e próximos das novas autoridades, recusa-se a depor as armas e a integrar uma estrutura de segurança unificada, argumentaram.
As FDS afirmam que estão a defender o povo curdo-sírio de uma estratégia de extermínio alegadamente concebida pela Turquia.
Ancara tem em curso desde há vários anos uma campanha militar contra as FDS, ligando-as ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que considera como um grupo terrorista.
"Os grupos armados e as formações militares não participarão na conferência porque entram em conflito com a natureza do diálogo", disse o presidente do comité preparatório da conferência, Hassan al-Daghim, à agência turca Anadolu.
Acrescentou que "nem as FDS nem as Unidades de Proteção Popular [YPG, a espinha dorsal da organização] são representativas do povo sírio", segundo a agência espanhola Europa Press.
Al-Daghim não revelou a data da conferência nacional, que o líder jihadista sírio Ahmad al-Charaa tem vindo a planear praticamente desde que assumiu o controlo do país em dezembro de 2024, para estabilizar e unificar a Síria sob o seu comando.
Al-Charaa tomará a decisão final sobre o calendário, o local e os convidados, disse ainda o presidente do comité preparatório.
Também conhecido por Abu Mohammad al-Jolani, Al-Charaa é o líder do grupo islamita sírio Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS, em árabe), que derrubou o regime de Bashar al-Assad em 08 de dezembro.
Leia Também: Comunidade internacional compromete-se a apoiar reconstrução da Síria