Seria "muito estranho" se Trump aceitasse condições de Putin

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que seria "muito estranho" se o homólogo norte-americano, Donald Trump, estivesse inclinado a aceitar as condições da Rússia para pôr fim ao conflito na Ucrânia.

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© Ksenia Kuleshova/Bloomberg via Getty Images

Lusa
14/02/2025 11:58 ‧ há 5 dias por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Parecer-me-ia muito estranho se a posição dos Estados Unidos fosse reorientada para a Rússia", disse Zelensky durante uma conferência de imprensa à margem da Conferência de Segurança de Munique, que começa hoje na cidade alemã.

 

Os Estados Unidos estão representados em Munique pelo vice-presidente JD Vance, com quem Zelensky se reunirá à margem da conferência, num encontro previsto para hoje à tarde.

O Presidente ucraniano reconheceu a importância essencial dos Estados Unidos e espera discutir a situação atual com Vance.

Zelensky disse esperar que Vance ratifique o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia por uma questão de princípio.

"Penso que os Estados Unidos não estão numa posição de mediador. Penso que os Estados Unidos estão por cima. E devem estar do nosso lado porque foi a Rússia que nos atacou. Nós temos razão e eles estão errados. E não deve haver concessões de qualquer tipo aqui", afirmou, citado pela agência espanhola Europa Press.

Zelensky disse que "será muito interessante ouvir o que Vance pensa" sobre a questão, alegando que ainda não teve tempo de "discutir tudo com Trump".

"Temos o maior respeito por toda a equipa do Presidente, embora compreenda que há decisões que só ele pode tomar. Mas é claro que esta reunião [com Vance] é necessária", afirmou.

O líder ucraniano disse também que a Ucrânia vai negociar com a Rússia assim que Kiev, Washington e os seus aliados tiverem uma posição comum, referindo que Trump não tem um "plano pronto" para acabar com a guerra.

"Estamos prontos para falar com os Estados Unidos e os nossos aliados", afirmou, citado pela agência francesa AFP.

"Se eles nos derem respostas específicas às nossas exigências específicas e um entendimento comum do perigo Putin, então, com esta posição unificada, estaremos prontos para falar com os russos", acrescentou.

A reunião de hoje entre Zelensky e Vance segue-se à conversa telefónica que Trump manteve na quarta-feira com o Presidente russo, Vladimir Putin, durante a qual falaram sobre a guerra na Ucrânia.

Trump, que durante a campanha presidencial disse que acabaria com a guerra na Ucrânia em 24 horas, anunciou após a conversa que ele e Putin tinham decidido iniciar negociações sobre o conflito iniciado pela Rússia há três anos.

"Acordámos trabalhar em conjunto, de forma muito próxima, inclusive visitando os países um do outro. Também concordámos que as nossas equipas iniciarão de imediato as negociações" sobre a Ucrânia, disse Trump, referindo que iria dar conta da conversa a Zelensky, o que fez.

Na conferência de imprensa à chegada a Munique, Zelensky esclareceu que a viagem que tem programada para a Arábia Saudita nada tem a ver com o anúncio feito na quinta-feira por Trump de uma possível cimeira com Putin no reino árabe.

"É verdade que tenho uma visita oficial pendente à Arábia Saudita, tal como tenho uma visita pendente aos Emirados [Árabes Unidos] e outra à Turquia. Mas na Arábia Saudita não me vou encontrar nem com americanos nem com russos", afirmou.

Zelensky disse ainda que a perspetiva de adesão da Ucrânia à NATO é uma questão secundária e que o mais importante são as garantias essenciais de proteção da população.

"O que eu não quero é deixar os ucranianos sem garantias de segurança. Não podemos aderir à NATO neste momento? Tudo bem, mas vamos multiplicar o meu exército por dois, ou por 1,5", afirmou.

"Querem que esperemos, nós esperamos, mas não esperamos sem garantias de segurança", acrescentou.

[Notícia atualizada às 12h18]

Leia Também: Ucrânia denuncia ataque russo contra central nuclear de Chernobyl

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