Com a participação dos líderes da Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Jordânia, bem como a Autoridade Palestiniana, a cimeira irá "examinar em profundidade o plano de Trump e elaborar uma resposta árabe", anunciou hoje uma fonte saudita à agência noticiosa France Presse (AFP).
A reunião de Riade sublinhará a rejeição de qualquer "deslocação dos habitantes de Gaza" e da sua "transferência" para fora deste território, segundo outra fonte citada pela AFP, que pediu anonimato.
A mesma fonte acrescentou que o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, ou o seu primeiro-ministro, Mohammad Mustafa, vão deslocar-se a Riade.
Antigo promotor imobiliário, o Presidente norte-americano propôs colocar a Faixa de Gaza sob controlo dos Estados Unidos e expulsar os seus habitantes para transformar o enclave na "Riviera do Médio Oriente".
Os países árabes rejeitaram unanimemente este plano, que prevê a instalação dos habitantes da Faixa de Gaza principalmente na Jordânia e no Egito.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou na quinta-feira que os Estados Unidos estavam abertos a propostas dos países árabes sobre Gaza, na sequência do plano de Trump.
Rubio espera poder discutir essas ideias durante a sua visita à Arábia Saudita, aos Emirados Árabes Unidos e também a Israel, após conversações com os dirigentes egípcios e jordanos em Washington.
Donald Trump avisou o Egito e a Jordânia das repercussões se estes dois parceiros próximos dos Estados Unidos não aceitarem acolher os mais de dois milhões de habitantes de Gaza.
"Todos estes países falam sobre o quanto se preocupam com os palestinianos, mas nenhum deles quer acolhê-los. Nenhum deles fez nada por Gaza desse ponto de vista", acrescentou, por seu lado, Marco Rubio.
A Jordânia já acolhe mais de dois milhões de refugiados palestinianos. Cerca de metade dos 11 milhões de habitantes do reino são de origem palestiniana.
O Egito anunciou recentemente que iria apresentar uma "visão global" para a reconstrução de Gaza, a fim de garantir que os palestinianos permaneçam na sua terra.
De acordo com fontes diplomáticas, o Egito obteve um acordo de princípio para a realização de uma reunião ministerial extraordinária da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), composta por 57 membros.
Gaza vive um período de tréguas no conflito entre Israel e o Hamas, que teve origem num ataque sem precedentes contra Israel pelo movimento islamita radical que provocou mais de 1.200 mortos e cerca de 250 reféns.
Em resposta, Israel lançou uma forte ofensiva no enclave palestiniano, provocando mais de 47 mil mortos e a destruição em grande parte do território.
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