Rebeldes do M23 tomaram a cidade de Kavumu e aeroporto no Kivu do Sul

O grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) tomou hoje a cidade de Kavumu e o seu aeroporto, estratégico, na província do Kivu do Sul, leste da República Democrática do Congo (RDCongo), anunciou o porta-voz do grupo.

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© VIVIEN LATOUR/AFP via Getty Images

Lusa
14/02/2025 14:45 ‧ ontem por Lusa

Mundo

RDCongo

"Kavumu e os seus arredores, incluindo o aeroporto, estão agora sob o controlo da AFC-M23 (Aliança Rio Congo, em francês)", anunciou Lawrence Kanyuka na rede social X, na véspera de uma cimeira da União Africana em que os ataques destes rebeldes, apoiados pelo Ruanda, está no centro da agenda.

 

"Como temos sublinhado repetidamente, eliminámos a ameaça na origem. O aeroporto de Kavumu representava um perigo para a população civil nas áreas libertadas e para as nossas posições", acrescentou o porta-voz da AFC-M23, uma aliança político-militar que inclui os rebeldes do M23.

O M23 continua assim a sua ofensiva no Kivu do Sul em direção a Bukavu, a capital provincial com pouco mais de um milhão de habitantes, apesar de ter garantido no dia 03 de fevereiro que não tinha qualquer intenção de tomar esta cidade.

De acordo com vídeos publicados nas redes sociais por jornalistas congoleses, com a chegada do M23 a Kavumu, os soldados do exército da RDCongo recuaram hoje em direção a Bukavu.

Se o M23 ocupasse esta cidade, governaria as duas capitais das províncias vizinhas do Kivu do Norte e do Kivu do Sul, ricas em minerais como o ouro e o coltan, essenciais na indústria tecnológica e no fabrico de telemóveis, entre outros dispositivos.

Os rebeldes tomaram Goma, capital de dois milhões de pessoas e sede de ONG internacionais e instituições da ONU, a 27 de janeiro, após dias de intensos combates que fizeram quase 3.000 mortos, quase 2.900 feridos e centenas de milhares de deslocados, segundo a ONU.

Uma semana depois, a 03 de fevereiro, anunciaram um cessar-fogo unilateral por motivos humanitários, que foi quebrado apenas dois dias após o início de novos combates na cidade de Nyabibwe, a 100 quilómetros de Bukavu.

A ofensiva do M23 --- um grupo armado formado sobretudo por tutsis que sofreram o genocídio do Ruanda em 1994 --- aumentou as tensões com o vizinho Ruanda, uma vez que o Governo congolês acusa Kigali de apoiar o M23, uma alegação confirmada pela ONU.

O Ruanda e o M23 acusam o exército congolês de cooperar com as Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), um grupo fundado em 2000 pelos líderes do genocídio e outros ruandeses exilados para recuperar o poder político no seu país, uma colaboração também confirmada pela ONU.

A atividade armada do M23 foi retomada em novembro de 2021 com ataques-relâmpago contra o exército congolês em Kivu do Norte e, desde então, avançou em várias frentes até tomar Goma e, agora, estar localizado a apenas 30 quilómetros de Bukavu.

Desde 1998 que o leste da RDCongo regista um conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU (Monusco).

Leia Também: Unicef alarmada com violência no Congo e com impacto nas crianças

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