RDCongo: Comissão da União Africana defende respeito obrigatório de cessar-fogo

O presidente da Comissão da União Africana defendeu hoje que o cessar-fogo no leste da República Democrática do Congo, onde avançam os rebeldes antigovernamentais do M23 com o apoio de militares ruandeses, deve ser "obrigatoriamente respeitado".

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© ALEXIS HUGUET/AFP via Getty Images

Lusa
14/02/2025 16:02 ‧ há 5 dias por Lusa

Mundo

RDCongo

"O cessar-fogo deve ser respeitado", declarou à AFP Moussa Faki Mahamat, enquanto o M23 garantia o controlo do aeroporto de Bukavu, uma das principais cidades do leste da República Democrática do Congo (RDCongo).

 

"As campanhas militares não vão resolver estes problemas", acrescentou.

Na semana passada, os líderes da África Austral e Oriental, reunidos numa cimeira conjunta na Tanzânia, apelaram a um cessar-fogo "incondicional".

Fontes ligadas à segurança, citadas pela AFP, afirmam que os rebeldes, e os militares ruandeses, dirigem-se agora para Bukavu, a capital da província de Kivu Sul, depois de no final de janeiro terem passado a controlar Goma, capital da vizinha província Kivu Norte.

Desde a recente intensificação do conflito, que dura há mais de três anos, multiplicaram-se os apelos da comunidade internacional para que se desanuviasse o conflito, num contexto de receio de uma guerra regional, sem que, até à data, se tenha conseguido obter qualquer resultado.

Os países vizinhos Uganda e Burundi, bem como a África do Sul, têm tropas destacadas no leste da RDCongo para apoiar o exército democrático-congolês.

A RDCongo tem apelado incansavelmente, mas sem sucesso até à data, para que a comunidade internacional sancione o Ruanda.

Segundo a ONU, os últimos atos de violência já causaram quase três mil mortos.

Em Goma, onde o M23 está a começar a criar a sua própria administração e a recrutar para criar uma força policial, a situação humanitária é alarmante.

O acesso à água ainda está cortado em parte da cidade, com alguns residentes a irem buscar água ao lago Kivu, onde foram pescados corpos após os combates na cidade.

O Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários alertou esta semana para o risco de propagação da cólera.

O leste da RDCongo é cenário de conflitos e rebeliões há cerca de 30 anos.

Kinshasa acusa Kigali de querer controlar a exploração e o comércio de minerais utilizados em baterias e equipamentos electrónicos, bem como de tentar apropriar-se de terras para a agricultura e a criação de gado.

O Ruanda nega e afirma que a sua segurança é ameaçada por certos grupos armados presentes na região, nomeadamente as Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), criadas por antigos líderes hutus do genocídio tutsi no Ruanda.

Leia Também: Rebeldes do M23 tomaram a cidade de Kavumu e aeroporto no Kivu do Sul

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