Os Estados Unidos "recuaram gravemente" na sua posição sobre Taiwan e enviaram a mensagem errada às "forças separatistas" da ilha, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun.
Taiwan e China separaram-se em 1949, durante a guerra civil que levou os comunistas ao poder na China. Os nacionalistas derrotados fugiram para Taiwan, onde constituíram um governo rival. Taiwan tem o seu próprio governo e Forças Armadas, mas nunca declarou a sua independência formal da China.
"Exortamos os EUA a (...) deixarem de encorajar e apoiar a independência de Taiwan e a evitarem prejudicar ainda mais as relações entre a China e os EUA e a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan", afirmou Guo, quando questionado sobre a revisão, em conferência de imprensa.
O Estreito de Taiwan é uma via navegável que separa a ilha de Taiwan da costa leste da China.
O Departamento de Estado dos EUA retirou a frase "não apoiamos a independência de Taiwan" do documento informativo na semana passada. O documento sobre as relações dos Estados Unidos com a ilha autónoma está publicado no seu portal oficial.
O governo de Taiwan congratulou-se com a medida.
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan tomou nota de que o Departamento de Estado dos EUA atualizou a página sobre o 'Estado atual das relações entre os EUA e Taiwan' com um texto positivo e amigável para connosco, refletindo a parceria estreita e amigável entre Taiwan e os Estados Unidos", afirmou.
Não é a primeira vez que o Departamento de Estado remove a frase. Em maio de 2022, o Departamento de Estado retirou a frase, mas voltou a colocá-la algumas semanas mais tarde, após um forte protesto da China.
Não está claro por que o Departamento de Estado mudou a linguagem novamente e se isso sinaliza alguma alteração na política do presidente Donald Trump, que voltou à Casa Branca no mês passado.
O governo de Taiwan receia que Trump possa não ser um apoiante tão firme da ilha como o seu antecessor, Joe Biden.
Os EUA não reconhecem Taiwan como um país, mas são o seu mais forte apoiante e maior fornecedor de armas.
A China, que afirma que Taiwan deve ficar sob o seu controlo, intensificou os exercícios militares em torno da ilha de 23 milhões de habitantes nos últimos anos. O documento informativo do governo dos EUA afirma esperar que "as diferenças sejam resolvidas por meios pacíficos, livres de coerção, de uma forma aceitável para as pessoas de ambos os lados".
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