Incerteza no Líbano a poucas horas do fim da trégua com Israel

A poucas horas de terminar a prorrogação do cessar-fogo entre o grupo xiita Hezbollah e Israel, válida até terça-feira, reinava a incerteza no Líbano, cujas autoridades têm denunciado bombardeamentos israelitas durante a trégua.

Notícia

© Rabih DAHER / AFP) (Photo by RABIH DAHER/AFP via Getty Images

Lusa
17/02/2025 16:06 ‧ há 6 dias por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O acordo entrou em vigor em 27 de novembro por um período inicial de 60 dias, até 26 de janeiro, mas foi prorrogado até terça-feira, 18 de fevereiro, desconhecendo-se ainda se haverá uma nova extensão.

 

Um dos pontos de discórdia é a retirada das tropas israelitas do sul do Líbano, onde continuavam hoje em várias aldeias ocupadas desde o início da invasão, em 01 de outubro, com Beirute a denunciar que Israel pretende prolongar a presença no país.

"Não podemos confiar no inimigo israelita, receamos que não faça uma retirada total amanhã [terça-feira]", afirmou hoje o presidente libanês, Joseph Aoun, num comunicado citado pela agência espanhola EFE.

Aoun apelou aos patrocinadores do acordo, Estados Unidos, França e ONU, para que pressionem Israel a retirar as tropas, como previsto no acordo.

O porta-voz do Governo israelita, David Mencer, afirmou hoje que "Israel está empenhado no cessar-fogo e insiste em que o acordo seja integralmente aplicado".

O acordo estipulava que no período inicial de 60 dias em que estaria em vigor, as hostilidades deviam cessar, o Hezbollah devia retirar-se para cerca de 30 quilómetros a norte da fronteira israelita, e Israel era obrigado a abandonar o Líbano.

O pacto estipulava também o destacamento do exército libanês para o sul do Líbano após a retirada israelita.

Tal ainda aconteceu, em parte devido à desconfiança de Israel de que os soldados libaneses poderão substituir os combatentes do Hezbollah.

Peritos da ONU denunciaram num comunicado divulgado em 13 de fevereiro que pelo menos 57 civis foram mortos no Líbano nos primeiros 60 dias do cessar-fogo.

Disseram também que, durante o mesmo período, 260 propriedades foram destruídas por Israel, que demoliu casas depois de ter abandonado as aldeias libanesas que tinha ocupado.

O cessar-fogo inicial expirou em 26 de janeiro, um dia particularmente sangrento em que pelo menos 24 pessoas foram mortas e 120 ficaram feridas depois de residentes no sul do Líbano terem tentado regressar às aldeias ocupadas.

No dia seguinte, os Estados Unidos anunciaram uma prorrogação do cessar-fogo até 18 de fevereiro, para dar às partes mais tempo para cumprirem as obrigações.

As autoridades libanesas alertaram na altura para a possibilidade de Israel poder utilizar as prorrogações para manter a presença em território libanês.

O presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, afirmou na semana passada que os Estados Unidos o tinham informado de que Israel retiraria as tropas na terça-feira, 18 de fevereiro.

Segundo a mesma informação norte-americana divulgada por Berri, Israel permaneceria "em cinco pontos" do território libanês, algo que as autoridades de Beirute rejeitaram.

Os meios de comunicação árabes noticiaram que Israel pretende continuar em cinco colinas ao longo da divisão meridional: al-Aziziya, al-Awida, al-Labbouneh, al-Hamames e al-Blat.

O Hezbollah opõe-se firmemente a qualquer alteração ou extensão do acordo.

O secretário-geral do grupo, Naim Qasem, ameaçou no domingo com retaliações se Israel não se retirar do sul do Líbano dentro do prazo previsto.

Qasem disse que o Estado libanês é o "principal responsável" por pressionar Israel a retirar-se do Líbano.

A guerra de 2024 entre Israel e o Hezbollah provocou mais de 4.000 mortos só no Líbano e obrigou mais de um milhão de pessoas a fugir de casa.

Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), quase 100.000 pessoas continuavam deslocadas no país em 05 de fevereiro.

Leia Também: Israel planeia retirar-se do Líbano e reivindica morte de líder do Hamas

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas