"Infelizmente, por agora, temos de esperar. Estas sequências sísmicas não terminam rapidamente, seguem o seu próprio calendário", disse hoje Costas Papazachos à rádio estatal ERT, afirmando esperar que a situação "surpreenda de forma positiva e que se resolva mais cedo ou mais tarde".
O estado de emergência foi declarado em Santorini e nas ilhas vizinhas de Ios, Amorgos e Anafi, depois de uma vaga de terramotos submarinos este mês - por vezes sentidos com um intervalo de poucos minutos - ter levado milhares de pessoas a deslocarem-se para o continente grego.
As escolas das ilhas permanecem fechadas pela terceira semana, enquanto os serviços de segurança criaram equipas de salvamento e geradores de energia de reserva como parte das medidas de precaução.
O governo grego anunciou a criação de um porto de emergência em Santorini para a eventualidade de uma evacuação em grande escala.
Papazachos, professor de geofísica na Universidade de Tessalónica, é atualmente o representante de dois comités de emergência que incluem cientistas e funcionários do governo, das forças armadas e dos serviços de emergência.
O especialista comentou que a ilha vulcânica de Santorini não corre perigo devido ao seu vulcão adormecido, mas observou que o magma estava a afetar os tremores.
"A causa principal da atividade é a interação dos processos tectónicos e magmáticos", explicou, destacando que tal "não significa que o material fundido - o magma - consiga romper os oito quilómetros de crosta e chegar à superfície, provocando uma nova erupção vulcânica."
Os cientistas estão a clarificar a situação ao recolher dados de vários sensores, acrescentou o especialista, considerando que atualmente não é possível uma "previsão definitiva, pois é demasiado cedo para avaliar o ligeiro abrandamento atual da atividade sísmica".
Hoje foram registados sismos de magnitude até 5,1 na zona submarina delimitada pelas quatro ilhas em estado de emergência.
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