A propagação da dengue está a marcar a atualidade informativa lá fora - no Brasil -, mas também por cá, com a Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil da Madeira a dar conta de que foram sinalizados na região dois casos em residentes no início de janeiro.
No Brasil, o estado de emergência foi decretado em toda a região paulista, perante os casos - e mortes - que estão ser registados desde o início do ano. Segundo o balanço mais recente, desde o início de 2025 foram registados quase 125 mil casos de dengue, assim como 113 mortes relacionadas com esta doença. Outros óbitos que aconteceram no mesmo período estão a ser investigados.
Por cá, na Madeira, a secretaria regional deu conta de que não foram identificados mais casos suspeitos da doença. Os dois casos confirmados "já não constituem risco para o surgimento de novos mosquitos infetados."
"À data, não se identificou a presença de vírus dengue nos mosquitos capturados a partir do dia 27 de janeiro de 2025, conforme resultados analíticos do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge", esclareceram os responsáveis.
Já há quase duas semanas, aquando da identificação do vírus na região, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, avisou que não havia motivo para "alarme". Apesar de não haver outros casos suspeitos confirmados, é importante recordar alguns dados acerca da doença. A direção-Geral da Saúde (DGS) dá conta de algumas informações no site, que pode ver replicadas abaixo, ou mais pormenorizadamente aqui.
O que diz a DGS?
A Dengue é uma doença provocada por um vírus do género Flavivirus que se hospeda no organismo humano através da picada de um mosquito do género Aedes, começa por explicar a DGS.
Quanto aos sintomas, são apontadas a febre (sintoma mais comum e que dura cerca de 2 a 7 dias), dor de cabeça, dor muscular e articular, dor em redor ou atrás dos olhos, vómitos, manchas vermelhas na pele e hemorragias.
"Os sintomas da Dengue surgem, geralmente, entre 4 a 7 dias após a picada do mosquito infetado e duram cerca de 7 dias. No entanto, 1 em cada 4 pessoas não apresentam sintomas, nomeadamente a maioria das crianças, ou apresentam um quadro febril leve", detalha a DGS.
O diagnóstico da doença é feito através da realização de testes laboratoriais, e, quanto à transmissão, a mesma acontece através da picada dos mosquitos do género Aedes infetados com o vírus.
"Há 4 serotipos do vírus Dengue e, por isso, é possível ser infetado quatro vezes ao longo da vida, uma vez que se ganha imunidade para cada serotipo, após a infeção. A Dengue não se transmite de pessoa-a-pessoa, exceto de mãe para filho durante a gravidez (embora esta via seja pouco frequente)", lê-se na página da DGS, onde também é apontado que "o vírus tem um período de incubação de 3 a 7 dias, podendo prolongar-se até 14 dias."
Os fatores de risco para a infeção pelo vírus estão relacionadas com as áreas geográficas que potenciam a reprodução do mosquito transmissor do vírus. Assim, representam locais de risco de infeção: regiões tropicais ou subtropicais – regiões do continente de África, continente americano, Mediterrâneo Oriental, Sudeste Asiático, Pacífico Ocidental; áreas urbanas com fracas condições sanitárias; locais com lagoas, charcos ou outros reservatórios de águas paradas.
As complicações associadas à infeção por dengue são situações como desidratação grave, hipotensão (baixa pressão arterial), disfunção respiratória, vómitos persistentes, dor abdominal intensa, entre outras ocorrências.
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