O "inimigo público número um" francês foi escoltado até ao aeroporto de Bucareste por um comboio de forças especiais da polícia romena e passou pelo átrio com um largo sorriso no rosto e algemas no pulso.
A GIGN, a unidade de elite da gendarmaria francesa, assumiu o controlo do avião que o levaria de volta a França.
O várias vezes reincidente, de 30 anos, tinha aceitado no domingo ser transportado para França, antes de contestar, sem sucesso, a sua detenção.
"Como ele contesta a sua culpa e é vítima de um erro judiciário, apelámos à sua libertação", declarou à agência noticiosa France-Presse (AFP) a sua advogada, Maria Marcu, antes do seu regresso ao país.
Mohamed Amra foi detido no sábado na Roménia, onde vivia com documentos falsos desde 08 de fevereiro, depois de ter sido instalado por cúmplices num apartamento nos arredores de Bucareste, segundo a polícia romena.
"A hipótese mais provável" é que tenha permanecido em França até à sua partida para a Roménia, no início de fevereiro, disse à AFP uma fonte próxima da investigação.
Apelidado de 'Mosca', Mohamed Amra, detido sob forte segurança enquanto aguardava a deportação para França, estava à espera de se submeter a uma cirurgia estética para depois partir para a Colômbia, mas ainda não tinha dado nenhum passo concreto nesse sentido, segundo as autoridades romenas.
De acordo com a procuradora de Paris, Laure Beccuau, na segunda-feira foi realizada uma reunião para estudar em que prisão Amra será encarcerado depois de regressar a França.
A transferência "será efetuada nas condições de segurança mais elevadas e reforçadas", frisou Beccuau à FranceInfo, sublinhando a importância do "sigilo" nesta investigação da jurisdição nacional de luta contra o crime organizado (Junalco).
"Gérald Darmanin [ministro da Justiça francês] pediu que Mohamed Amra fosse colocado em isolamento numa prisão de segurança de alto nível", disse fonte do ministério.
A fuga de 'Mosca' remonta a 14 de maio de 2024, quando foi retirado da sua cela na Normandia, no oeste de França, para ser apresentado a um juiz de instrução.
No entanto, numa estação de serviço de uma autoestrada na Normandia, um comando aproveitou a situação para atacar a carrinha em que viajava com um carro de choque e espingardas de assalto, matando dois guardas prisionais e ferindo outros três.
Amra fugiu após ser sentenciado por roubo na cidade de Evreux, na Normandia, e também estava sob investigação por tentativa de homicídio organizado e sequestro que resultou em morte, disseram promotores franceses.
A Interpol emitiu um aviso de prisão, enquanto investigadores franceses alertaram colegas de outros países após suspeitarem que Amra havia deixado a França.
Após ter sido detido no sábado, o Presidente francês, Emmanuel Macron, saudou a captura como um "sucesso formidável" e elogiou os colegas europeus que encerraram a longa caçada transfronteiriça.
Três dias após a sua detenção na Roménia, 22 pessoas continuam sob custódia da polícia em França, informou Beccuau hoje de manhã. Dois cidadãos franceses foram detidos em Marrocos e outro em Espanha.
Prova do caráter extraordinário da investigação sobre a sua fuga é o facto de, durante os nove meses de fuga, "entre 100 a 150" detetives do departamento de investigação criminal terem trabalhado diariamente no caso, que se tornou um símbolo do domínio do tráfico de droga em França, disse na segunda-feira Christian Sainte, chefe do departamento de investigação criminal.
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