A cimeira de aliados da Ucrânia já começou e promete marcar não só este domingo como uma geração. Em Londres, no Reino Unido, vários líderes europeus estão reunidos com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para promover ações em relação à Ucrânia e à sua segurança.
No início do encontro, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, começou por reforçar a Zelensky aquilo que a Europa se apressou a dizer após a altercação de sexta-feira o presidente ucraniano e o seu homólogo norte-americano, Donald Trump: "Todos estamos consigo, com a Ucrânia, pelo tempo que for necessário."
Mas apesar de reforçar o apoio europeu, Starmer avisou que "este era um momento único para a segurança da Europa", acrescentando que "conseguir um bom resultado para a Ucrânia não é só uma questão do que é certo ou errado: é fundamental para todas as nações aqui [presentes] e outras tantas".
O chefe de Governo do Reino Unido disse ainda que também tinha falado com os países bálticos, que fazem parte "também desta discussão". Starmer planeia trabalhar num plano para a paz na Ucrânia, para depois "discuti-lo com os Estados Unidos" e poderem avançar.
Portugal não está representado nesta cimeira, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, já desvalorizou esta ausência, garantindo que Portugal "está ativo na diplomacia" e em contacto "direto com vários aliados, incluindo o Reino Unido".
O Reino Unido é o anfitrião de uma cimeira internacional sobre defesa que decorre hoje em Londres com 18 líderes.
Além da França e Ucrânia, a Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia e Turquia estão também representados.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, também vão estar presentes.
O objetivo da cimeira é apresentar novas garantias de segurança para a Europa face aos receios de que Washington a abandone e que se acentuaram depois do encontro na Sala Oval entre Trump e Zelensky.
A reunião antecede a cimeira extraordinária sobre a Ucrânia agendada para quinta-feira em Bruxelas.
Antes da abertura da cimeira, Starmer avançou que estava a trabalhar com a França num "plano para acabar com os combates" entre a Ucrânia e a Rússia.
"Concordamos que o Reino Unido, a França e talvez um ou dois outros países devem trabalhar com a Ucrânia num plano para acabar com os combates e depois discutiremos esse plano com os Estados Unidos", afirmou o primeiro-ministro britânico à BBC.
De acordo com Londres, que sábado assinou um acordo de empréstimo de 2,26 mil milhões de libras [cerca de 2,74 mil milhões de euros] para apoiar as capacidades de defesa da Ucrânia, a cimeira irá centrar-se no "apoio militar contínuo" a Kyiv e no "aumento da pressão económica sobre a Rússia".
Em cima da mesa poderá também estar a "necessidade de a Europa desempenhar o seu papel na defesa" e os "próximos passos no planeamento de garantias de segurança sólidas" no continente, face ao risco de retirada da proteção militar norte-americana.
Na sexta-feira, na Sala Oval da Casa Branca, Trump e o seu vice-presidente, JD Vance, acusaram o líder ucraniano de não estar grato pela ajuda norte-americana e de recusar conversações de paz.
O confronto levou o Presidente ucraniano a abandonar prematuramente a Casa Branca, sem assinar o acordo previsto sobre minerais.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022.
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