O presidente francês "faz declarações todos os dias que estão completamente desligadas da realidade e contradizem as declarações anteriores", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, citada pela agência Ria Novosti.
Para a mesma responsável, Macron deve retratar-se perante os próprios cidadãos franceses.
Emmanuel Macron alertou para "a ameaça russa" que diz estar a afetar os países da Europa, frisando que a agressividade de Moscovo "parece não conhecer fronteiras".
O chefe de Estado francês anunciou também a vontade de promover um debate estratégico para a proteção da Europa sob o "guarda-chuva" nuclear francês, numa altura em que se verifica uma aproximação entre Moscovo e a nova Administração norte-americana de Donald Trump.
Para Macron, a proximidade entre Moscovo e Washington, três anos após a invasão russa, suscitou receios de um afastamento dos Estados Unidos na Ucrânia e de uma rutura histórica da aliança norte-americana com a Europa.
Maria Zakharova comparou o Presidente francês a "Ole Lukoje", um personagem do conto de fadas do escritor dinamarquês de Hans Christian Andersen (1805-1875) que tinha dois guarda-chuvas mágicos que abria para abrigar crianças adormecidas.
"Já sei quem é que ele [Emmanuel Macron] me faz lembrar: um 'Ole Lukoje' nuclear", ironizou Maria Zakharova.
Entretanto, Paris anunciou hoje que fornece informações militares à Ucrânia, um dia depois de Washington ter comunicado o congelamento da partilha de informações com Kiev, essencial na linha da frente contra o Exército russo.
"Os nossos serviços secretos são soberanos (...) com capacidades próprias", afirmou o ministro das Forças Armadas do Governo de Paris, Sébastien Lecornu, à rádio France Inter.
"Não há um agente da DGSE (serviços de informações), nem um funcionário atualmente em França, que considere que a Rússia não é uma ameaça", insistiu Lecornu.
Paralelamente, os líderes da União Europeia reúnem-se hoje numa cimeira extraordinária em Bruxelas para tentarem chegar a um acordo político sobre o eventual aumento da despesa no setor da defesa e dar garantias de segurança à Ucrânia.
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