A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse, esta quinta-feira, que a União Europeia (UE) quer investir "mais e melhor" por forma a que os países europeus possam enfrentar as ameaças dos dias de hoje.
"Quero agradecer ao presidente do Conselho europeu, António Costa, por convocar esta cimeira extraordinária porque acho que a História está a ser reescrita", começou por dizer a responsável, ao lado de Costa, falando do investimento de cerca de 800 mil milhões de euros na Defesa dos 27.
"Estamos determinados a investir mais, a investir melhor e a investir mais rapidamente juntos. De Paris, a Londres, a Bruxelas", reforçou, falando do plano apresentando hoje, denominado 'ReArmar a Europa'. "Um plano para dar à Europa a capacidade militar de que precisa para enfrentar as ameaças de hoje" e que traz mais responsabilidade aos países europeus, nomeadamente, na possibilidade de se defenderem.
"A urgência é real. Acordamos que vai ser apresentado antes do próximo Conselho Europeu os detalhes legais da proposta", afirmou, falando depois das cinco vertentes já apresentadas esta tarde. São elas:
Em causa está o plano 'ReArmar a Europa', assente em cinco vertentes:
- Um novo instrumento ao nível da UE para circunstâncias extraordinárias (como o que foi criado para assistência financeira aos países em empréstimos a condições favoráveis durante a Covid-19 para evitar o desemprego);
- A ativação da cláusula de salvaguarda nacional das regras orçamentais para evitar procedimentos por défice excessivo (para aumento da despesa pública com defesa, num máximo de 1,5% por ano);
- A reafetação de verbas de outros fundos (como da Coesão);
- Verbas do Banco Europeu de Investimento;
- Capital privado.
Von der Leyen afirmou ainda que as necessidades militares da Ucrânia deverão ser garantidas pela UE. "O nosso apoio às Forças Armadas ucranianas nunca foi tão urgente e, por isso, trabalharemos em estreita colaboração com a Ucrânia e a indústria de defesa para garantir que as necessidades militares da Ucrânia sejam satisfeitas", referiu, defendendo que sem a ajuda dos 27 a Kyiv não será possível uma paz forte e duradoura.
"Há muitos exemplos da importância do apoio europeu", acrescentou, mencionando, entre outros, o de assegurar da sobrevivência económica ucraniana e do sistema de energia.
A líder do executivo comunitário irá ainda dar conta desta garantia de ajuda a Kyiv na sexta-feira junto dos parceiros no apoio à Ucrânia que não integram a UE, como o Reino Unido.
Recorde-se que os líderes da União Europeia se reuniram esta quinta-feira numa cimeira extraordinária em Bruxelas, na Bélgica, durante a qual acordaram "acelerar a mobilização" do financiamento necessário para reforçar a segurança do bloco comunitário, pedindo porém à Comissão Europeia "fontes de financiamento adicionais".
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