"Um helicóptero das Nações Unidas que efetuava uma operação de retirada em Nasir, no estado do Alto Nilo, foi hoje alvejado, provocando a morte de um membro da tripulação e ferimentos graves em dois outros", anunciou a Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS, na sigla em inglês) em comunicado.
A missão da ONU acrescentou que no incidente se registaram também "várias"' mortes entre as forças governamentais sul-sudanesas.
"Além disso, vários membros do exército sul-sudanês [SSPDF], incluindo um general ferido, foram mortos durante a tentativa do UNMISS de os retirar da zona", declarou a missão da ONU, acrescentando que a operação tinha sido organizada "a pedido de todas as partes".
O chefe da missão, Nicholas Haysom, classificou o ataque como "absolutamente abominável e suscetível de constituir um crime de guerra".
A UNMISS pediu a abertura de uma investigação ao incidente e aos dirigentes políticos sul-sudaneses que intervenham com urgência para resolver as tensões através do diálogo.
O incidente ocorreu num contexto de crescentes tensões políticas e de segurança entre as tropas governamentais e um grupo armado considerado próximo da oposição.
Nas últimas semanas, as tensões aumentaram no Alto Nilo, onde o exército afirma ter sido atacado por uma milícia ligada ao vice-Presidente, o antigo líder rebelde Riek Machar, o que suscita receios de "violência generalizada".
Os últimos dias no Sudão do Sul foram marcados pelas detenções de vários responsáveis políticos e de segurança próximos de Machar.
Estes acontecimentos suscitaram preocupações sobre o frágil acordo de paz assinado em 2018 entre o campo do Presidente, Salva Kiir, e o de Machar, inimigos históricos.
O acordo pôs fim a uma guerra civil entre os dois lados que provocou quase 400 mil mortos e quatro milhões de deslocados entre 2013 e 2018.
Muitos dos termos do acordo de paz não foram executados.
Leia Também: Detido ministro do Petróleo do Sudão do Sul