"Infelizmente, [há] alguns casos de pessoas cujos negócios foram assaltados, foram postos em causa, precisam de ajuda e também estamos atentos a estes casos e vamos procurando ajudar aqui [Moçambique], na África do Sul, no Brasil, em Angola", disse o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, que se encontra em visita oficial a Maputo.
Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo e que culminaram na vandalização de infraestruturas e bens públicos e privados.
Em declarações à comunicação social após um encontro com a comunidade portuguesa em Moçambique, José Cesário disse que desde que chegou a Maputo já reuniu com pelo menos cinco empresários afetados, prometendo ações para alavancar os seus empreendimentos.
"Estivemos a analisar cada situação, a ver se há formas de ajudar, porque não é fácil, estamos a falar de empresas moçambicanas, embora de propriedade portuguesa, mas são empresas moçambicanas. E dizem que poderá haver mais casos, e naturalmente os nossos consulados vão estar atentos à situação e vão continuar a informar sobre os casos que possam surgir e vamos trabalhar para tentar encontrar soluções que possam ajudar aquelas pessoas", garantiu o governante.
Atualmente, os protestos em Moçambique, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.
Desde outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide.
O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.
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