O ministro da Energia de Israel, Eli Cohen, confirmou, este domingo, que o país ordenou o corte do fornecimento de eletricidade na Faixa de Gaza.
Eli Cohen disse ter dado instruções à Israel Electric Corporation para cortar imediatamente o fornecimento de eletricidade no enclave.
"Utilizaremos todos os meios ao nosso alcance para que todos os reféns regressem e asseguraremos que o Hamas não estará em Gaza no "dia seguinte'", afirmou, numa declaração em vídeo.
Este corte era já uma possibilidade, uma vez que, num período em que não se chega a acordo sobre uma segunda fase do cessar-fogo, Israel pretende implementar uma série de medidas para aumentar gradualmente a pressão contra o Hamas.
O The Wall Street já tinha noticiado que o governo israelita pretendia cortar a eletricidade e água na Faixa de Gaza.
O Hamas reiterou na quinta-feira o seu compromisso com as negociações para a segunda fase do acordo de cessar-fogo, dado o aparente impasse nas negociações indiretas com Israel.
A parte israelita defende um prolongamento da primeira fase do acordo até meados de abril e exige a "desmilitarização total" da Faixa de Gaza, a saída do Hamas do território e o regresso dos últimos reféns antes de se passar à etapa seguinte.
O Hamas, por sua vez, exige a implementação da segunda fase do acordo, que deverá conduzir a um cessar-fogo permanente, e insiste em permanecer na Faixa de Gaza, onde governa desde 2007.
Na primeira fase, que terminou em 1 março, após 42 dias em vigor, 33 reféns israelitas (oito dos quais mortos) foram libertados em troca de quase 1.800 prisioneiros palestinianos nas cadeias de Israel.
Permanecem ainda 59 reféns em posse do Hamas, dos quais Israel suspeita que 35 estejam mortos.
O Hamas atacou o sul de Israel em 07 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e capturando 251.
Em resposta, Israel lançou um ataque em grande escala na Faixa de Gaza, matando mais de 48.000 pessoas, na maioria civis, segundo números das autoridades locais controladas pelo Hamas, destruindo a maior parte do enclave palestiniano, que está mergulhado numa grave crise humanitária.
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