Num relatório sobre o período 2020-2024, o SIPRI refere que os dez principais exportadores de armas permaneceram inalterados em comparação com os cinco anos anteriores.
A lista é liderada pelos Estados Unidos, com 43% das vendas globais, seguida da França (9,6%) e da Rússia, que caiu para o terceiro lugar com 7,8%, de acordo com o relatório citado pela agência espanhola EFE.
As exportações de armas russas registaram uma queda acentuada, especialmente em 2020 e 2021, na véspera da campanha militar russa na Ucrânia, lançada em fevereiro de 2022.
As vendas aos dois principais clientes russos já tinham enfraquecido antes de 2022, "com a Índia a favorecer cada vez mais outros fornecedores e a China a comprar mais armas à sua crescente indústria nacional", segundo o SIPRI.
A Índia, atualmente o maior importador de equipamento militar russo (38%), está a substituir a Rússia por Estados-membros da União Europeia (UE), especialmente a França, que consagra agora 28% das exportações de armas ao país asiático.
A Rússia forneceu armamento pesado a 33 países entre 2020 e 2024 e, para além da Índia, os principais compradores são a China (17%) e o Cazaquistão (11%).
Pequim tem procurado substituir as importações russas pela produção interna, pelo que a sua dependência externa deverá diminuir ainda mais nos próximos anos, de acordo com os peritos.
A China é o quarto maior exportador de armas do mundo, com uma quota de mercado de 5,9%.
A Ucrânia tornou-se o maior importador de armas do mundo, duplicando os fornecimentos em relação ao período anterior para 8,8% entre 2020 e 2024.
O país em guerra com a Rússia foi o único Estado europeu entre os 10 principais importadores de armas do mundo em 2020-24.
Os principais fornecedores da Ucrânia têm sido os Estados Unidos (45%), a Alemanha (12%) e a Polónia (11%).
As importações europeias de armas cresceram 155% entre os períodos de 2015-19 e 2020-24, à medida que os Estados respondiam à invasão da Ucrânia pela Rússia e à incerteza quanto ao futuro da política externa dos Estados Unidos.
"Os novos números relativos às transferências de armas refletem claramente o rearmamento dos países da Europa em resposta à ameaça da Rússia", afirmou o diretor do estudo do SIPRI, Mathew George.
Os autores do estudo referem ainda o fornecimento de armamento da Coreia do Norte à Rússia, "em violação das sanções das Nações Unidas".
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