Polícia, soldado e maquinista mortos em ataque a comboio no Paquistão

Três pessoas foram hoje mortas num ataque de separatistas do Baluchistão a um comboio no Paquistão, incluindo o seu maquinista, indicou um responsável ferroviário de uma cidade vizinha, cuja estação foi transformada em hospital de campanha.

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Lusa
11/03/2025 18:46 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Paquistão

"Um polícia, um soldado e o maquinista do comboio foram mortos", declarou Mohammed Aslam, um número confirmado por um médico no local, Nazim Faruq.

 

Anteriormente, fontes de segurança tinham indicado que "13 terroristas" haviam sido mortos e "80 reféns libertados" do comboio, que transportava mais de 450 passageiros no momento do ataque.

Às 12:00 locais (08:00 de Lisboa), o Exército de Libertação do Baluchistão (BLA), o principal grupo separatista desta região fronteiriça com o Irão e o Afeganistão, tinha anunciado ter bloqueado a passagem e tomado de assalto um comboio de passageiros.

"Continuam a ser envidados esforços para assegurar a libertação em segurança dos restantes passageiros", acrescentaram as fontes.

Autoridades administrativas e policiais tinham confirmado o ataque, no qual o maquinista ficou ferido e acabou por sucumbir aos ferimentos.

"Homens armados obrigaram o comboio Jaffar Express a parar, os passageiros foram feitos reféns e o maquinista foi ferido", declarou um alto responsável de Sibi, a cidade onde o comboio foi detido por volta das 13:00 (09:00 de Lisboa).

Ao fim da tarde, fontes paquistanesas acusaram os atacantes de utilizarem "mulheres e crianças como escudos humanos" contra as forças de segurança que "prosseguem uma operação para eliminar os terroristas".

"O terreno é difícil", acrescentaram estas fontes, ao passo que o Exército não emitiu até agora qualquer comentário.

Por seu lado, o ministro do Interior paquistanês, Mohsen Naqvi, advertiu: "Os atacantes impiedosos que dispararam sobre inocentes não merecem qualquer clemência."

"Treze terroristas foram mortos e vários outros ficaram feridos", acrescentaram as fontes de segurança, referindo-se a "fortes trocas de fogo" e "passageiros feridos a serem transportados para o hospital" da cidade de Sibi, colocada em alerta máximo ao início da tarde.

O comboio tinha partido de Quetta, a capital do Baluchistão, por volta das 09:00 (05:00 de Lisboa), com destino a Peshawar, a capital da província vizinha, Khyber-Pakhtunkhwa, onde deveria chegar após uma viagem de 30 horas.

Um alto responsável da polícia acrescentou, por sua vez, que o comboio estava "retido à entrada de um túnel rodeado de montanhas".

O BLA reivindica regularmente a autoria de ataques mortíferos contra a polícia e os cidadãos paquistaneses originários de outras províncias. Acusa-os, juntamente com os investidores estrangeiros, de pilharem a sua província, o Baluchistão, rica em recursos naturais, sem permitir que a população local beneficie dessa riqueza.

Esta província é rica em hidrocarbonetos e minerais, mas os seus habitantes queixam-se de que são marginalizados e privados dos benefícios obtidos da exploração destes recursos naturais. É a região mais pobre do Paquistão.

Em agosto de 2024, combatentes do BLA mataram 39 pessoas: depois de verificarem os documentos de identificação de pessoas que circulavam em diferentes estradas, abateram os que eram punjabis, considerados como dominando as fileiras do Exército, empenhado na batalha contra os separatistas.

No início de novembro, o BLA reivindicou um atentado bombista numa plataforma da estação de Quetta que matou 26 pessoas, entre as quais 14 soldados.

O Paquistão está a sofrer um aumento dos ataques, sobretudo por parte de islamitas e separatistas, principalmente no Baluchistão e em Khyber-Pakhtunkhwa, que também faz fronteira com o Afeganistão.

O Centro de Investigação e Estudos sobre Segurança de Islamabad estima que 2024 foi o ano mais mortífero em quase uma década, com mais de 1.600 pessoas mortas em ataques, 685 das quais membros das forças de segurança.

Leia Também: Separatistas atacam comboio no Paquistão e fazem mais de 450 reféns

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