China e Taiwan recordam 100.º aniversário da morte de Sun Yat-sen

O primeiro presidente da China pós-imperial e considerado o pai da era moderna do país, Sun Yat-sen, foi recordado hoje na China continental e em Taiwan, no 100.º aniversário da sua morte.

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Lusa
12/03/2025 08:03 ‧ há 6 horas por Lusa

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China/Taiwan

Em Pequim, realizou-se uma "breve e solene cerimónia" de homenagem a Sun no parque de Pequim que leva o seu nome. Autoridades e "pessoas de todos os setores da sociedade" estiveram presentes, guardaram silêncio e fizeram três vénias em frente à sua estátua, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

 

A Academia Chinesa de História elogiou Sun na sua conta na rede social Weibo, descrevendo-o como "um grande herói nacional, um grande patriota e um grande precursor da revolução democrática da China".

A cidade de Cantão, no sudeste do país, capital da província de Guangdong, onde Sun nasceu, inaugurou na terça-feira uma exposição de objetos antigos relacionados com o homem que foi um dos promotores da revolução que derrubou a dinastia Qing (1644-1911).

O edifício memorial de Sun na cidade acolheu a primeira apresentação de um musical baseado na juventude do revolucionário.

O "pai" da China moderna foi também recordado do outro lado do Estreito de Taiwan: representantes do Kuomintang (KMT), o principal partido da oposição de Taiwan, deslocaram-se ao memorial de Sun Yat-sen, em Taipé, para deixar flores e manifestar o seu respeito.

Entre os presentes encontrava-se o presidente do KMT, Eric Chu, que foi vaiado por muitos dos presentes devido ao fraco desempenho do seu partido nas últimas três eleições presidenciais.

Apesar de ter fundado, em 1919, o KMT com o nome atual, que viria a ser o principal rival do Partido Comunista Chinês (PCC), Sun é uma figura respeitada tanto pelos comunistas na China como pelo KMT em Taiwan, onde é identificado como o fundador do regime que se mudou para a ilha, que ainda mantém o nome oficial de República da China após a sua derrota pelos comunistas na guerra civil (1927-1949).

O Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (Executivo chinês) declarou hoje que Sun "procurou a unidade nacional e a revitalização da China ao longo da sua vida", apelando ao mesmo tempo aos "compatriotas de Taiwan para se juntarem a nós na herança do seu legado" e para se "oporem à secessão" da ilha.

Nascido em 1866, Sun estudou medicina em Hong Kong - então uma colónia britânica - e, depois de liderar várias revoltas, ganhou notoriedade como líder revolucionário e como força motriz de uma tentativa de modernização do país.

Em 1911, a Revolução de Xinhai conduziu à queda da dinastia Qing e Sun foi nomeado presidente provisório da nova República da China em janeiro de 1912, mas rapidamente cedeu o poder ao principal líder militar do país, Yuan Shikai, que, longe de consolidar os ideais republicanos, dissolveu o parlamento em 1914 e proclamou-se imperador em 1915, anulando grande parte do progresso democrático pelo qual Sun tinha lutado.

A partir de então, Sun continuou a promover o seu ideal de uma China unificada e republicana, reorganizando o KMT e procurando apoio internacional para a sua causa.

Em 1923, estabeleceu uma aliança com o recém-fundado PCC e recebeu o apoio da União Soviética para reforçar o seu movimento. No entanto, não conseguiu consolidar um governo estável antes da sua morte em 1925.

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