Os membros da organização disseram estar "totalmente dececionados" com o ataque que ocorreu durante a noite.
O diretor do Ministério da Saúde do movimento islamita palestiniano Hamas para a Faixa de Gaza, Mohammed Zaqout, disse hoje à France Presse que foram contabilizados mais de 330 mortos, na maioria crianças e mulheres palestinianas, e centenas de feridos.
Em Israel, o Fórum das Famílias que se manifesta semanalmente para exigir o fim da guerra e garantir o regresso dos reféns, afirma que o Governo de Benjamin Netanyahu deve regressar ao cessar-fogo que esteve em vigor durante quase dois meses.
"Porque é que não lutam na sala de negociações? Porque é que abandonam o acordo que podia ter trazido toda a gente para casa", lamentam os familiares dos reféns.
No mesmo comunicado publicado hoje de manhã no jornal Haaretz, de Jerusalém, o fórum acusa o Governo israelita de abandonar os reféns.
Neste momento, permanecem 59 cativos na Faixa de Gaza, a maioria raptada no ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023.
No ataque de 2023, o Hamas matou 1.200 pessoas em território israelita e fez 251 reféns.
"O regresso aos combates antes da libertação do último refém será feito à custa dos 59 prisioneiros que permanecem em Gaza e que poderiam ser salvos", continua o comunicado.
Para os familiares dos reféns, o Executivo de Israel recusou-se a declarar o fim da guerra afastando-se das etapas seguintes do acordo e recuperar os 59 cativos.
Por outro lado, o fórum de direita Tikva, um outro grupo que reúne as famílias de alguns dos reféns, apoiou os bombardeamentos.
"Ou tudo ou o inferno", disse o grupo Tikva.
"As últimas semanas provaram o que temos vindo a dizer: o Hamas não vai devolver os reféns. Só a pressão militar, o bloqueio total, incluindo o corte da eletricidade e da água, e a ocupação dos territórios vão levar o Hamas ao colapso", indica o comunicado o fórum de direita.
A segunda fase do cessar-fogo em Gaza deveria ter começado no passado dia 02 de março, mas Israel e o Hamas nunca chegaram a acordo sobre os termos.
Esta fase implicava o fim duradouro das hostilidades, a retirada das tropas israelitas do enclave e o regresso dos restantes reféns.
Israel exigiu um prolongamento da primeira fase insistindo na manutenção das tropas em Gaza e a libertação dos reféns.
O Hamas rejeitou a posição, exigindo o cumprimento do plano originalmente acordado.
Durante a primeira fase do cessar-fogo, o Hamas libertou 33 reféns israelitas e cinco cidadãos tailandeses, o que não estava previsto inicialmente.
Israel libertou cerca de 1.800 prisioneiros palestinianos.
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