"Reafirmámos que a manutenção da paz e da estabilidade na península coreana é um interesse comum e uma responsabilidade partilhada pelos três países", declarou Cho Tae-yul aos jornalistas em Tóquio, no final de um encontro com os homólogos chinês e japonês, Wang Yi e Takeshi Iwaya, respetivamente.
"Insisti igualmente que a cooperação militar ilegal entre a Rússia e a Coreia do Norte deve ser imediatamente suspensa", afirmou.
Na reunião trilateral, debateram-se também questões como as alterações climáticas, medidas para contrariar a baixa da natalidade, comum às três nações, bem como a cooperação tecnológica e a ajuda às vítimas de catástrofes naturais.
Mas foram as questões económicas que dominaram a ordem de trabalhos. A reunião ocorre numa altura em que a Ásia oriental tem sido particularmente atingida pela imposição das taxas aduaneiras lançadas por Washington.
Os EUA impuseram tarifas adicionais de 20% sobre as importações de produtos chineses e tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio - decisão que atingiu duramente o Japão e a Coreia do Sul -, antes de uma série de tarifas recíprocas dirigidas a todos os países, prevista para o início de abril.
Os dirigentes das três nações asiáticas "são cada vez mais forçados a diversificar as opções" face a esta pressão dos EUA analisou a investigadora da Brookings Institution, em Washington, Patrica Kim.
"Não é surpreendente que as três maiores economias da Ásia oriental se estejam a virar umas para as outras em busca de novas oportunidades económicas", disse Kim à agência France-Presse.
Para esta tarde (manhã de Lisboa), estão igualmente previstas conversações bilaterais. Em particular, o Japão e a China vão realizar o primeiro "diálogo económico de alto nível" em seis anos.
As duas potências estão a tentar reconstruir as relações, marcadas há anos por históricas disputas territoriais.
Tóquio quer igualmente persuadir Pequim a levantar completamente a proibição de importação de marisco japonês, imposta após a libertação, no oceano, da água armazenada na central nuclear de Fukushima.
Iwaya considera que esta questão é crucial. A China já tinha anunciado em setembro que se preparava para "retomar gradualmente" as importações, o que ainda não aconteceu.
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