A paz na península coreana é "uma responsabilidade" partilhada

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do Japão, da Coreia do Sul e da China concordaram hoje que a paz na península coreana é "uma responsabilidade" partilhada, afirmou o chefe da diplomacia sul-coreana.

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Lusa
22/03/2025 06:39 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Coreia do Sul

"Reafirmámos que a manutenção da paz e da estabilidade na península coreana é um interesse comum e uma responsabilidade partilhada pelos três países", declarou Cho Tae-yul aos jornalistas em Tóquio, no final de um encontro com os homólogos chinês e japonês, Wang Yi e Takeshi Iwaya, respetivamente.

 

"Insisti igualmente que a cooperação militar ilegal entre a Rússia e a Coreia do Norte deve ser imediatamente suspensa", afirmou.

Na reunião trilateral, debateram-se também questões como as alterações climáticas, medidas para contrariar a baixa da natalidade, comum às três nações, bem como a cooperação tecnológica e a ajuda às vítimas de catástrofes naturais.

Mas foram as questões económicas que dominaram a ordem de trabalhos. A reunião ocorre numa altura em que a Ásia oriental tem sido particularmente atingida pela imposição das taxas aduaneiras lançadas por Washington.

Os EUA impuseram tarifas adicionais de 20% sobre as importações de produtos chineses e tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio - decisão que atingiu duramente o Japão e a Coreia do Sul -, antes de uma série de tarifas recíprocas dirigidas a todos os países, prevista para o início de abril.

Os dirigentes das três nações asiáticas "são cada vez mais forçados a diversificar as opções" face a esta pressão dos EUA analisou a investigadora da Brookings Institution, em Washington, Patrica Kim.

"Não é surpreendente que as três maiores economias da Ásia oriental se estejam a virar umas para as outras em busca de novas oportunidades económicas", disse Kim à agência France-Presse.

Para esta tarde (manhã de Lisboa), estão igualmente previstas conversações bilaterais. Em particular, o Japão e a China vão realizar o primeiro "diálogo económico de alto nível" em seis anos.

As duas potências estão a tentar reconstruir as relações, marcadas há anos por históricas disputas territoriais.

Tóquio quer igualmente persuadir Pequim a levantar completamente a proibição de importação de marisco japonês, imposta após a libertação, no oceano, da água armazenada na central nuclear de Fukushima.

Iwaya considera que esta questão é crucial. A China já tinha anunciado em setembro que se preparava para "retomar gradualmente" as importações, o que ainda não aconteceu.

Leia Também: Pequim, Seul e Tóquio tentam ultrapassar diferenças face ofensiva dos EUA

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