"O Hamas deve mostrar compaixão por Gaza, pelas suas crianças, pelas suas mulheres e pelos seus homens", disse Mounther al-Hayek, porta-voz do partido do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, numa mensagem enviada de Gaza à agência francesa AFP.
O Hamas tomou o poder em Gaza em 2007, expulsando pela força das armas a administração da Autoridade Palestiniana, dominada pela Fatah.
Desde então, todas as tentativas de reconciliação entre as duas partes falharam.
"Prevemos dias difíceis, duros e dolorosos para os habitantes da Faixa de Gaza", declarou o porta-voz da Fatah.
Hayek apelou ao Hamas "para que abandone a esfera governamental e tenha plena consciência de que a batalha que se aproxima [caso decida manter-se no poder] levará ao fim da existência dos palestinianos" em Gaza.
Israel ameaçou deslocar a população palestiniana e anexar vastas áreas da Faixa de Gaza.
Hayek disse o que alguns habitantes da Faixa de Gaza começam a ousar dizer abertamente, esgotados pelo sofrimento e pela destruição causados pela guerra de Israel contra o pequeno território sitiado, segundo a AFP.
A ofensiva israelita, que causou quase 50.000 mortos, foi desencadeada pelo ataque do Hamas em Israel em 07 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos e centenas de reféns.
Após várias semanas de desacordo com o Hamas sobre a forma de prosseguir a trégua que entrou em vigor em 19 de janeiro, Israel quebrou o cessar-fogo na terça-feira e retomou os bombardeamentos.
Os bombardeamentos foram seguidos pelo envio de tropas terrestres para as zonas que tinham sido evacuadas durante a trégua.
Israel também cortou a ajuda humanitária a Gaza em 02 de março.
O Hamas continua a exigir a aplicação do que diz serem os termos do acordo inicial de tréguas alcançado em janeiro, mas Israel, impulsionado pelo apoio dos Estados Unidos de Donald Trump, tem rejeitado tal pretensão.
Israel endureceu as suas exigências e ameaçou Gaza com os "fogos do inferno" se o Hamas não libertar os cerca de 60 reféns ainda detidos em Gaza.
Nos últimos dias, vários ministros israelitas exigiram o desarmamento do Hamas e a desmilitarização total da Faixa de Gaza, ameaçando deportar todos ou alguns dos habitantes do território e anexar partes inteiras do enclave.
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