"Nós queremos que a Turquia continue ancorada à União Europeia (UE), mas isso requer um compromisso claro", disse o porta-voz da Comissão Europeia, Guillaume Mercier, em conferência de imprensa, em Bruxelas.
O porta-voz do executivo comunitário acrescentou que Ancara tem de "respeitar os valores democráticos" e que para aderir ao bloco político-económico há "padrões e práticas democráticas" que são irrevogáveis.
No domingo, um juiz ordenou a prisão preventiva por corrupção do presidente da câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, cuja detenção na quarta-feira desencadeou uma onda de protestos na Turquia.
Também no domingo, e por ordem do Ministério do Interior turco, Imamoglu foi provisoriamente suspenso das suas funções de autarca, no mesmo dia em que foi nomeado candidato às eleições presidenciais turcas de 2028.
O Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), principal força da oposição, realizou no domingo eleições primárias em que Imamoglu - principal opositor do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, -, foi o único candidato.
A oposição pede a antecipação das presidenciais e considera que o processo judicial contra Imamoglu é uma manobra do atual Governo de Erdogan para barrar o caminho do popular presidente da câmara até à presidência.
Eclodiram protestos antigovernamentais em várias cidades na Turquia, os mais expressivos desde 2013, e o CHP anunciou no domingo à noite manifestações diárias até à libertação do presidente da câmara de Istambul.
Ekrem Imamoglu passou a primeira noite na prisão em Silivri, a oeste de Istambul.
O autarca e dirigente político declarou-se inocente em todas as acusações.
"Estou aqui, tenho uma camisa branca vestida e não a vão poder sujar. O meu pulso é forte e não o vão conseguir torcer. Não vou recuar nem um milímetro. Vou ganhar esta guerra", afirmou, numa mensagem enviada pelos seus advogados.
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