Exército israelita diz ter disparado contra edifício da Cruz Vermelha por engano

O exército israelita anunciou hoje que disparou por engano contra um edifício do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Faixa de Gaza, por acreditar que havia "identificado suspeitos".

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© BASHAR TALEB / AFP

Lusa
24/03/2025 19:58 ‧ há 2 dias por Lusa

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"Hoje cedo, as forças do exército que operam em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, dispararam contra um edifício depois de identificarem suspeitos. Após verificação, concluiu-se que o edifício pertencia à Cruz Vermelha, o que as nossas forças não conheciam no momento do incidente", afirmou o exército, em comunicado, acrescentando que seria aberta uma investigação sobre o incidente.

 

O CCIV denunciou o ataque às instalações em Rafah e adiantou que as mesmas haviam sido danificadas por um "projétil explosivo".

"Hoje, um escritório do CICV em Rafah foi danificado por um projétil explosivo, apesar de estar claramente identificado e tenha sido notificado a todas as partes", disse a organização, em comunicado.

"Felizmente, nenhum membro da equipa ficou ferido neste incidente, mas isto tem um impacto direto na capacidade do CICV de operar", alertou a direção da organização, adiantando "lamentar profundamente o ataque às instalações".

O Crescente Vermelho, parte do sistema do CICV, indicou que quatro das ambulâncias, transportando 12 membros da organização, alguns dos quais feridos, estavam desaparecidas há 30 horas no sul de Gaza, depois de terem sido cercadas pelas tropas israelitas enquanto resgatavam palestinianos feridos.

A organização adiantou que os trabalhadores do Crescente Vermelho foram, na madrugada de domingo, à zona de Hashashin, em Rafah, para ajudar vítimas de um bombardeamento israelita, após o qual as tropas israelitas iniciaram uma incursão terrestre na zona.

"O contacto foi completamente perdido e o paradeiro permanece desconhecido há aproximadamente 30 horas", referiu a organização, manifestando "profunda preocupação" com a segurança da equipa.

Israel pôs fim ao cessar-fogo em Gaza na terça-feira, 18 de março, e desde então os ataques israelitas já causaram mais de 600 mortos e cerca de mil feridos.

Estes ataques interromperam uma trégua entre o grupo radical palestiniano Hamas e Israel, iniciada em 19 de janeiro, ao fim de mais de 15 meses de ofensiva, e ocorrem num momento em que as partes não alcançam entendimento para avançar para as etapas seguintes do acordo de cessar-fogo.

O número de mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra, em outubro de 2023, superou no fim de semana os 50 mil, na sequência dos últimos bombardeamentos israelitas no enclave palestiniano, segundo dados fornecidos pelas autoridades locais.

Leia Também: Cruz Vermelha Internacional denuncia ataque às suas instalações em Gaza

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