O primeiro grupo chegou esta manhã num voo comercial ao Aeroporto Internacional Ninoy Aquino, na capital filipina, informou o subsecretário do Ministério dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, Eduardo de Vega, em declarações à televisão ABS-CBN.
Esta quarta-feira, outros 176 filipinos regressarão a casa num voo fretado da Tailândia.
O subsecretário do Departamento de Trabalhadores Migrantes (DMW), Bernard Olalia, disse que os repatriados receberão uma ajuda financeira de 60.000 pesos (cerca de 1.046 euros) à chegada.
As autoridades do país asiático afirmaram que os resgatados foram atraídos para a Tailândia com promessas fictícias de emprego, mas à chegada ao país foram traficados para o vizinho Myanmar para aí serem forçados a cometer fraudes 'online' a partir de computadores instalados nesses centros.
"O nosso programa inclui fazer justiça, pelo que a DMN vai recolher testemunhos para podermos descobrir quem os recrutou ilegalmente e como chegaram a Myanmar", afirmou Olalia, citado pelos meios de comunicação filipinos.
Nas últimas semanas, milhares de pessoas foram repatriadas depois de terem sido libertadas de centros de burlas online em Myanmar, no âmbito de uma mega operação liderada por Pequim.
A Tailândia espera receber cerca de 7.000 pessoas provenientes do país vizinho.
A existência destes complexos, que na prática funcionam como prisões ou campos de escravos, no Sudeste Asiático, alegadamente geridos por máfias chinesas, onde as vítimas de tráfico de seres humanos são forçadas a cometer fraudes online, não é novidade.
Muitos destes complexos começaram por ser casinos ligados ao branqueamento de capitais.
A dimensão das operações de salvamento pôs em evidência os abusos cometidos contra os trabalhadores forçados.
Um dos filipinos que regressou hoje ao seu país contou à ABS-CBN as longas horas de trabalho de quase 17 horas por dia, durante as quais tentava ganhar a confiança das vítimas para investirem em plataformas fraudulentas.
Aqueles que não atingiam as quotas estabelecidas pelos captores para os montantes de fraude, explicou, podiam ser deixados durante horas ao sol.
O Governo indonésio, que repatriou este mês 400 cidadãos resgatados de centros birmaneses, denunciou a tortura com eletrocussões e outras, bem como ameaças de remoção dos órgãos das vítimas de tráfico.
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