"Ainda estamos a trabalhar com os norte-americanos", disse a fonte diplomática ucraniana após as conversações entre os representantes norte-americanos e russos que se realizaram na segunda-feira na capital da Arábia Saudita.
Entretanto, a Rússia demonstrou hoje que pretende prosseguir o diálogo com os Estados Unidos sobre a Ucrânia, incluindo com outros interlocutores, nomeadamente as Nações Unidas.
Segundo a France Presse, os representantes russos pretendem manter-se nas negociações.
As delegações russa e norte-americana reuniram-se num palácio de Riade na segunda-feira, um dia depois da primeira ronda de conversações entre representantes dos Estados Unidos e da Ucrânia.
"Falámos de tudo, foi um diálogo intenso, não foi fácil, mas muito útil para nós e para os norte-americanos", disse hoje um dos negociadores russos, Grigori Karassin, à agência oficial russa Tass.
A delegação russa não fez qualquer anúncio sobre a trégua limitada, assunto que está a ser discutido em Riade e que deve continuar a ser analisado hoje de manhã.
De acordo com um dos membros da delegação ucraniana, Kiev assinalou que pretendia novas conversações com os representantes norte-americanos assim que fossem conhecidos "os resultados da reunião entre os Estados Unidos e a Rússia".
Assim, segundo uma fonte citada pelo meio de comunicação social público ucraniano Suspilne, a delegação deve permanecer mais um dia para novas discussões com a equipa norte-americana.
Numa reunião anterior, realizada na cidade saudita de Jeddah, a Ucrânia aceitou uma proposta norte-americana de um cessar-fogo de 30 dias, que foi rejeitada pela Rússia.
De acordo com fontes diplomáticas, as discussões centram-se num possível cessar-fogo no Mar Negro, para permitir um regresso ao acordo sobre os cereais que permitiu à Ucrânia exportar cereais, vitais para o abastecimento alimentar mundial, de julho de 2022 a julho de 2023, apesar da presença da frota russa na zona.
A Rússia retirou-se posteriormente do acordo, acusando o Ocidente de não ter honrado os compromissos relativos a sanções sobre as exportações russas.
O acordo sobre os cereais estão na "ordem do dia", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, na segunda-feira.
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